Lisboa, 27 set (Lusa) -- O secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações garantiu hoje que "o Estado intervirá" na ponte da Foz do Dão, no IP3, se houver "algum problema", referindo que o anterior Governo estava a par da situação.
Durante uma audição na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas, Sérgio Monteiro disse que o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) está monitorizar a situação da ponte da Foz do Dão, garantindo que, "se houver algum problema, o Estado intervirá".
O secretário de Estado, que respondia à deputada socialista Ana Paula Vitorino, afirmou que o "problema" da ponte "era tão conhecido que o anterior Governo já tinha discutido se deveria haver dispensa de declaração de impacto ambiental".
"Como o Governo anterior não se entendeu sobre a forma de resolver o problema, acabou por sobrar para nós", acrescentou.
Sérgio Monteiro disse ainda que "o exemplo da ponte do IP3 arrisca-se a ser, se o Governo nada fizer, um dos muitos que se seguirão".
Isto porque, explicou, como a Estradas de Portugal (EP) não consegue garantir financiamento vai adiando decisões de intervenção.
Esta manhã, a EP garantiu à Lusa que não há indícios de colapso iminente da ponte da Foz do Dão, embora esteja em "processo de degradação".
Numa nota enviada à Lusa, a EP adianta que está a "acompanhar esta situação em colaboração com o LNEC [Laboratório Nacional de Engenharia Civil] e a desenvolver todas as diligências necessárias para a sua resolução", salvaguardando a segurança dos utilizadores da ponte que liga os concelhos de Santa Comba Dão e Mortágua.
Para isso, acrescentou a empresa, o "Governo produziu um despacho de dispensa de procedimento de avaliação ambiental [publicado sexta-feira em Diário da República], que permite acelerar este processo, tendo em vista a segurança dos utentes".
No despacho de sexta-feira, lê-se que se verifica "um risco considerável de a ponte existente ruir, atendendo a que o estado de degradação dos pilares é evolutivo, porquanto a degradação identificada no relatório do LNEC é constante e gradual, não sendo possível determinar, em termos precisos, quando deverá a ponte ser encerrada".
A obra, que inclui a construção da nova travessia, a ligação à rede viária existente e o desmantelamento da ponte atual, será lançada em novembro e terá um prazo de execução de 900 dias. O custo estimado da empreitada é de 18 milhões de euros, confirmou a Estradas de Portugal.
CSJ(ND)