Governo diz que suspensão da linha circular do Metro de Lisboa faz com que Portugal perca 83 milhões de euros
O ministro do Ambiente considera que a suspensão a construção da linha circular do metro de Lisboa vai fazer com que Portugal perca 83 milhões de euros de fundos comunitários. Ontem, a Assembleia da República aprovou a suspensão proposta pelo PAN, com os votos favoráveis do PSD, Bloco de Esquerda, PCP e Chega.
A proposta do PCP, que defende que seja dada prioridade à estação da rede metropolitana até Loures, bem como para Alcântara e zona ocidental de Lisboa, foi aprovada com votos a favor do PSD, BE, PCP, CDS, PAN e Chega, a abstenção da Iniciativa Liberal e o voto contra do PS.
Apesar das acusações do Governo, o PSD não cedeu e voltou a votar a favor esta manhã no plenário, permitindo que as propostas do PCP e do PAN voltassem a ser aprovadas, depois dos socialistas terem avocado para o plenário esta questão.
O CDS-PP considera que a linha circular de metro não serve Lisboa e que não deve ser a primeira prioridade.
A iniciativa define ainda que "durante o ano 2020" o Governo realiza, "através do Metropolitano de Lisboa, um estudo técnico e de viabilidade económica, que permita uma avaliação comparativa entre a extensão até Alcântara e a linha circular".
O executivo terá ainda de fazer, segundo a proposta, "os estudos técnicos e económicos necessários com vista à sua expansão prioritária para o concelho de Loures" e "uma avaliação global custo-benefício, abrangendo as várias soluções alternativas para a extensão da rede para a zona ocidental de Lisboa".
A iniciativa do PAN refere também que o Governo vai proceder "à urgente contratação dos trabalhadores necessários à manutenção e ao normal funcionamento do Metropolitano de Lisboa, tendo em conta as diversas áreas onde se verifica carência de pessoal".
Ficou aprovado que o executivo terá de realizar obras nas estações que necessitam de intervenção, sobretudo devido às infiltrações, no Metropolitano de Lisboa.
A proposta do PAN segue uma resolução da Assembleia da República que recomendava ao Governo a suspensão da construção da linha circular do Metropolitano de Lisboa e um estudo técnico e de viabilidade económica.
O relatório que acompanha a proposta de Orçamento do Estado, conhecida em dezembro, referia que as obras de expansão do Metropolitano de Lisboa, orçadas num total de 210 milhões de euros, iriam arrancar no segundo semestre deste ano, quando inicialmente estavam previstas para o primeiro semestre.
O projeto prevê a criação de "um anel envolvente da zona central da cidade", com a abertura de duas novas estações: Estrela e Santos".
O objetivo é ligar o Rato ao Cais do Sodré, obtendo-se assim uma linha circular a partir do Campo Grande com as linhas Verde e Amarela, passando as restantes linhas a funcionar como radiais - linha Amarela de Odivelas a Telheiras, linha Azul (Reboleira - Santa Apolónia) e linha Vermelha (S. Sebastião - Aeroporto).