Governo considera "momento histórico" obra do projeto Corredor Internacional Sul

por Lusa

Elvas, Portalegre, 31 mar (Lusa) - O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, considerou hoje um "momento histórico" o lançamento do concurso para as obras de modernização do troço da Linha do Leste, entre Elvas e a fronteira do Caia.

Esta obra, inserida no projeto de construção do Corredor Internacional Sul (Sines/fronteira), vai ser efetuada ao longo de uma extensão de 11 quilómetros, contando com um investimento total de 38 milhões de euros.

"Estamos assim a assinalar um momento histórico, o lançamento do primeiro concurso desta grande obra do Corredor Internacional Sul, que ligará Sines à fronteira no âmbito do corredor atlântico europeu e que constituirá o maior investimento público no Alentejo, depois do Alqueva", disse.

Pedro Marques, que falava na estação ferroviária de Elvas, no distrito de Portalegre, no decorrer da cerimónia de lançamento da obra, sublinhou ainda que a concretização da totalidade do projeto é "demasiado importante" para o país.

"A ligação ferroviária de Sines à fronteira, pelos efeitos que terá em toda a economia nacional, mas em particular na região do Alentejo, é um desses projetos de grande alcance para o país. É um projeto demasiado importante para que nos possamos dar ao luxo de o adiar outra vez e isso não acontecerá com este Governo e, pelo menos comigo, nesta equipa", declarou.

O governante explicou ainda que as obras no troço entre Elvas e a fronteira do Caia vão ser iniciadas "no final deste ano", devendo as mesmas estarem concluídas no terceiro trimestre de 2018.

"Também no final deste ano, vamos lutar por isso, estarão no terreno as obras dos restantes troços deste corredor num investimento superior a 600 milhões de euros, que irá aumentar a competitividade do Porto de Sines, potenciando a sua posição geoestratégica, a posição geoestratégica de Portugal como porta de entrada no atlântico, como porta de entrada na Europa ocidental", acrescentou.

Para Pedro Marques trata-se de um "investimento estruturante" para a região Alentejo e para o país, uma vez que o Porto de Sines movimenta "mais de 50%" das mercadorias dos portos portugueses.

Esta obra, a primeira a ser lançada no âmbito do projeto de construção do Corredor Internacional Sul, conta no seu todo com um investimento superior a 600 milhões de euros, comparticipados em mais de 356 milhões de euros por fundos comunitários.

De acordo com a Infraestruturas de Portugal (IP), a criação deste corredor ferroviário internacional vai "viabilizar" um transporte ferroviário de mercadorias "eficiente", permitindo a articulação entre os portos do sul do país e a Europa, através da fronteira do Caia.

Esta intervenção contempla a construção de estações técnicas e/ou ampliação para cruzamento de comboios de mercadorias com 750 metros de comprimento, instalação e modernização da sinalização.

Este projeto prevê ainda a construção de linha nova entre Évora Norte e Elvas, numa via única eletrificada, com uma extensão de 79 quilómetros.

A IP considera que os "principais ganhos" desta intervenção passam por conseguir reduzir o tempo de trajeto dos comboios de mercadorias entre Sines e Elvas/Caia em cerca de 01:30, sendo todo o trajeto efetuado com tração elétrica.

Além de garantir uma redução da sinistralidade rodoviária, com a eliminação de passagens de nível, a IP assegura que esta intervenção vai permitir um aumento de capacidade diária na saída de Sines dos atuais 36 comboios de 400 metros para 51 de 750 metros, o que corresponde a "um acréscimo de capacidade de 250%" face à atual.

A cerimónia de apresentação do projeto em Elvas contou ainda com a presença do presidente do município daquela cidade alentejana, Nuno Mocinha, do presidente de Castella La Mancha (Espanha) Emilio Garcia Paçe, do alcalde da cidade espanhola de Badajoz, Francisco Javier Fragoso, e da delegada do Governo da Extremadura, Cristina Cecilia, entre outros.

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