Governo atribui concessão de 28 anos para primeiro parque eólico de Moçambique

por Lusa

O Governo moçambicano atribuiu uma concessão de 28 anos à Central Elétrica de Namaacha, parceria público-privada para construir o primeiro parque eólico do país, de 120 MegaWatts, no sul de Moçambique, num investimento de quase 250 milhões de euros.

De acordo com um decreto do Conselho de Ministros de 09 de agosto, a que a Lusa teve hoje acesso, a concessão prevê a geração e venda da energia elétrica produzida naquela central à rede elétrica nacional.

O mesmo decreto autoriza a participação da estatal Eletricidade de Moçambique (EDM) na estrutura acionista da concessionária, com uma quota de 5%, "em representação do Estado".

A construção deste parque eólico, o primeiro do país, deverá arrancar no segundo semestre deste ano e o mesmo decreto recorda que vai permitir, durante o período de concessão, o "aumento da capacidade de produção de energia elétrica instalada em Moçambique e da segurança de fornecimento" e, simultaneamente, a "diversificação das fontes utilizadas na produção de energia".

Trata-se de um projeto promovido pela Globeleq, um dos maiores investidores no setor de produção de energia em Moçambique, em parceria com o Estado moçambicano.

Prevê um investimento de 230 milhões de dólares (210,5 milhões de euros) para a construção do parque eólico e de 40 milhões de dólares (36,6 milhões de euros) para a construção de uma linha de transporte de eletricidade de 40 quilómetros, entre os distritos de Namaacha e Boane, província de Maputo.

Também vai permitir a "geração de emprego e oferta de formação para as comunidades locais", contribuir "para o desenvolvimento económico de Moçambique, através da disponibilização de parte da potência instalada à Rede Nacional de Transporte" e pela "geração de receitas fiscais para o Estado", refere o decreto governamental.

De acordo com o estudo de impacto ambiental deste projeto, consultado hoje pela Lusa, a instalação deste parque envolverá uma área total de 101.654 metros quadrados e 15 torres de aerogeradores.

"Prevê-se que sejam criados novos postos de trabalho, estimando-se que estejam afetos à obra cerca de 250 trabalhadores diretos", lê-se no documento, apontando que a fase de operação do parque eólico leva à criação de 20 empregos.

O estudo adianta que a Central Elétrica da Namaacha terá uma produção estimada de 193.400 MegaWatt-hora/ano, equivalente "a um consumo anual de carvão de cerca de 52.626 toneladas ou de 30.187 milhões de metros cúbicos de gás natural".

"Fazendo uma estimativa de emissões, pode dizer-se que o parque previsto no projeto contribuirá anualmente para a não emissão de cerca de 65.350 toneladas de CO2 para a atmosfera, quando comparando com a produção de energia equivalente utilizando gás natural, ou a não emissão de cerca de 154.658 toneladas de CO2, por ano, considerando que o combustível utilizado seria o carvão", conclui o relatório.

 

PVJ // EA

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