Governo apresenta medidas para combater a crise assentes em quatro eixos
O Governo apresentou na manhã desta segunda-feira o conjunto de medidas que aprovou em Conselho de Ministros extraordinário na sexta-feira. As medidas estão assentes em quatro eixos: contenção dos preços da energia, apoio às empresas, apoios às famílias, apoios à transição energética.
"Estas medidas procuram dar uma resposta focada e dirigida ao problema em causa", disse Mariana Vieira da Silva, em conferência de imprensa do Conselho de Ministros.
A governante afirmou que as novas medidas de emergência direcionadas à contenção do aumento dos preços energéticos e agroalimentares decorrente da situação de guerra na Ucrânia têm como objetivo "proteger as famílias, apoiar as empresas, garantir a coesão social e garantir o crescimento económico" e querem evitar "pressões inflacionistas".
O Governo anunciou hoje a criação de uma subvenção para apoiar o aumento dos custos de gás para as empresas intensivas em energia, com 160 milhões de euros de apoio, que chegará a 3.000 empresas.
A ministra da Presidência, Maria Vieira da Silva, anunciou que o executivo pretende criar o gás profissional, flexibilizar pagamentos fiscais e diferir contribuições para a Segurança Social para os setores mais vulneráveis aos aumentos dos custos da energia.
Além disso, o Governo anunciou uma redução das tarifas elétricas para empresas eletrointensivas e um desconto de 30 cêntimos por litro nos combustíveis para o setor social.
Cabaz alimentar alargado
O Governo anunciou ainda o alargamento do apoio ao cabaz alimentar, de 60 euros mensais, a todas as famílias titulares de prestações sociais, face ao atual regime que abrangia apenas as que tinham tarifa social de eletricidade.
O Governo anunciou também o alargamento das medidas de apoio à aquisição de botija de gás, no valor de dez euros, a todas as famílias titulares de prestações sociais mínimas.
Governo simplifica procedimentos para acelerar investimento em renováveis
O Governo anunciou hoje a simplificação de procedimentos que permitam acelerar o investimento em projetos renováveis e a eliminação de restrições à injeção na rede elétrica de toda a produção eólica para "maximizar a capacidade produtiva do país".
"Esta transição permite uma maior autonomia do nosso país, e já é responsável por termos preços de energia não comparáveis com outros países da Europa", defendeu a governante no `briefing` do Conselho Ministros, onde foi apresentado um novo pacote de medidas, aprovado na sexta-feira, para ajudar empresas e famílias.
O ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, precisou que a "guerra da Ucrânia veio evidenciar a dependência de combustíveis fósseis" e mostrar a necessidade de "acelerar conjunto de medidas desenhadas para 2030 para atingir a neutralidade carbónica", nomeadamente a simplificação e a diminuição de prazos de análise e de decisão num conjunto avaliação de impacto ambiental para projetos renováveis.
O executivo anunciou ainda a possibilidade de injeção na rede elétrica de serviço público de toda a produção dos centros eletroprodutores eólicos existentes, sem limitações administrativas de modo a aproveitar toda a produção possível que tem como objetivo maximizar a capacidade produtiva do país.
"Estamos a remover essas limitações administrativas com efeito imediato", declarou.