GM Portugal admite que fecho é o "cenário mais provável"

por Agência LUSA
GM quer discutir já indemnizações EPA

A General Motors Portugal admitiu que "o cenário mais provável", caso não seja encontrada uma "solução viável", é o encerramento da fábrica da Opel na Azambuja, sendo transferida a produção do Combo para Saragoça.

"No caso de não ser encontrada uma solução viável - e esta não é fácil de encontrar, embora as negociações com o Governo continuem -, o cenário provável é o de transferência da produção da fábrica da General Motors (GM) da Azambuja para Saragoça, em Espanha", disse à agência Lusa o director de comunicação da GM Portugal, Nelson Silveira.

Em comunicado entregue na quinta-feira a todos os trabalhadores, o director-executivo da General Motors (GM) Europa, Gerald Johnson, reiterou a intenção de sair de Portugal a partir de 31 de Outubro, transferindo a produção do comercial ligeiro Combo para a unidade fabril de Saragoça, em Espanha.

Neste sentido, a multinacional norte-americana vem dar fundamento à notícia do jornal de economia alemão "Handelsblatt", que na passada segunda-feira, avançava como certo o encerramento da fábrica da Opel da Azambuja, citando fontes empresariais.

Além disso, Gerald Johnson alertava os trabalhadores para a necessidade de iniciar conversações para um programa de indemnizações "justo e socialmente responsável".

Nelson Silveira disse igualmente à agência Lusa que, caso não seja encontrada "uma solução viável" durante o processo negocial com o Governo, dever-se-á iniciar "um processo de compensações justo e socialmente responsável".

Na carta enviada aos trabalhadores, Gerald Johnson explica que aceitou "o pedido do Governo Português para prorrogar a decisão final, por forma a que este tenha mais tempo para apresentar alguma solução para ultrapassar a desvantagem competitiva de 500 euros que representa produzir o Combo na Azambuja".

Entretanto, o ministro da Economia, Manuel Pinho, afirmou quinta-feira no Parlamento, que "subsidiar a produção da Opel da Azambuja e quebrar contratos assinados não são alternativas" de negociação entre a GM e o Governo português.

O governante disse também que "ou a empresa cumpre o contrato estabelecido até 2009 ou o Estado terá de receber uma indemnização".

A fábrica da Azambuja registou em 2005 uma produção recorde de 73.711 unidades, dos quais 65 por cento Combo Van (comerciais ligeiros) e 35 por cento Combo Tour (ligeiros de passageiros).

Em funcionamento desde 1963, a fábrica da Azambuja recebeu investimentos de 130 milhões de euros entre 1999 e 2001 para capacitar a unidade para a produção do modelo ligeiro comercial Combo.


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