Os trabalhadores da Administração Pública cumprem esta sexta-feira uma greve convocada pela Frente Comum, afeta à CGTP. O protesto, que pode ditar o encerramento de vários serviços, denuncia aumentos salariais considerados insuficientes para enfrentar a escalada da inflação.
A greve deverá provocar constrangimentos em diferentes sectores.
Na saúde, médicos, enfermeiros e assistentes operacionais podem aderir. Na educação, as escolas podem também não abrir, caso os auxiliares de ação educativa adiram, e pode também não haver aulas devido à adesão dos professores.
Os efeitos da greve podem também sentir-se em serviços como Finanças, Segurança Social e autarquias. A Frente Comum prevê uma elevada adesão à greve, diante do descontentamento face às negociações salariais com o Governo.
Entrevistado no Bom Dia Portugal, o coordenador da Frente Comum admitiu que esta pode ser a primeira de muitas ações de protesto. "Está nas mãos do Governo determinar isso. Nós não estamos em greve porque gostamos muito de perder dias de salário. Estamos em greve porque o Governo não deu resposta aos problemas que nós apresentámos, nomeadamente à necessidade de compensar aquilo que está a ser a perda salarial diretamente para a inflação", sustentou Sebastião Santana.
"Eu lembrava que este ano todos os trabalhadores já perderam um mês de salário. Sobre isso, o Governo diz que não quer fazer nada e, em relação ao próximo ano, num quadro em que se regista agora uma inflação de 10,1 por cento, a proposta média de aumentos para o ano que vem são 3,6. Isto é empobrecer e a Frente Comum jamais aceitará que isto aconteça", completou o dirigente sindical.