Função Pública está em greve. Frente Comum denuncia empobrecimento

por RTP
A greve pode fechar serviços essenciais Miguel A. Lopes - Lusa (arquivo)

Os trabalhadores da Administração Pública cumprem esta sexta-feira uma greve convocada pela Frente Comum, afeta à CGTP. O protesto, que pode ditar o encerramento de vários serviços, denuncia aumentos salariais considerados insuficientes para enfrentar a escalada da inflação.

A paralisação de 24 horas acontece a uma semana da votação final global da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, que enquadra aumentos salariais de um mínimo de aproximadamente 52 euros, ou dois por cento, para os funcionários públicos em 2023.Entre as estruturas que emitiram pré-avisos estão a Fenprof, a Federação Nacional dos Médicos, a Federação Nacional de Sindicatos dos Trabalhadores da Administração Pública e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local.


A greve deverá provocar constrangimentos em diferentes sectores.

Na saúde, médicos, enfermeiros e assistentes operacionais podem aderir. Na educação, as escolas podem também não abrir, caso os auxiliares de ação educativa adiram, e pode também não haver aulas devido à adesão dos professores.

Os efeitos da greve podem também sentir-se em serviços como Finanças, Segurança Social e autarquias. A Frente Comum prevê uma elevada adesão à greve, diante do descontentamento face às negociações salariais com o Governo.

Entrevistado no Bom Dia Portugal, o coordenador da Frente Comum admitiu que esta pode ser a primeira de muitas ações de protesto.
"Está nas mãos do Governo determinar isso. Nós não estamos em greve porque gostamos muito de perder dias de salário. Estamos em greve porque o Governo não deu resposta aos problemas que nós apresentámos, nomeadamente à necessidade de compensar aquilo que está a ser a perda salarial diretamente para a inflação", sustentou Sebastião Santana.

"Eu lembrava que este ano todos os trabalhadores já perderam um mês de salário. Sobre isso, o Governo diz que não quer fazer nada e, em relação ao próximo ano, num quadro em que se regista agora uma inflação de 10,1 por cento, a proposta média de aumentos para o ano que vem são 3,6. Isto é empobrecer e a Frente Comum jamais aceitará que isto aconteça", completou o dirigente sindical.
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