Freguesia de Penacova sem Correios após comerciante ter recusado serviço
Penacova, 14 jun (Lusa) - A população de São Pedro de Alva, no concelho de Penacova, está sem serviço dos Correios há uma semana, após uma loja de pronto-a-vestir ter recusado substituir a estação encerrada, disse hoje o presidente da Câmara.
No dia 06 de junho, os CTT fecharam a sua estação de São Pedro Alva, onde atualmente trabalhava um funcionário, depois de terem celebrado com a dona da loja um contrato para ser esta a assegurar o serviço público na freguesia.
"Devido a pressões da sociedade civil, a senhora reconsiderou e abdicou do contrato com os CTT", disse à agência Lusa o presidente da Câmara, Humberto Oliveira.
Estaria em causa "a imagem e a própria confiança no serviço", adiantou, realçando que a população deixou de ter serviço dos Correios "logo no dia seguinte", dia 07.
O autarca do PS disse que este problema "está a ser bem acompanhado pela Junta de Freguesia", liderada pelo social-democrata Luís Avelino.
A estação dos Correios funcionava, desde o início do século XX, "num edifício doado por um particular para o efeito", sublinhou.
Em comunicado, a Câmara de Penacova afirma que a decisão de fechar aquele serviço, em São Pedro de Alva, faz parte de "uma tentativa de ajuste de contas do Governo com o interior" do país.
"Os prejudicados são sempre os mesmos, pela visão centralista do Governo que desrespeita as populações, deixando-as cada vez mais isoladas e sem serviços", acrescenta.
Depois do caso do Tribunal de Penacova, cuja extinção chegou a estar prevista numa das versões do novo mapa judiciário, a autarquia lamenta também a situação da Extensão de Saúde de São Pedro de Alva.
Nas obras de adaptação de uma antiga escola para acolher o Tribunal, no final do verão, a Câmara Municipal gastará 300 mil euros, um investimento que "cabia à Administração Central", realça a nota.
Quanto às novas instalações da Extensão de Saúde de São Pedro de Alva, nas quais a autarquia investiu 450 mil euros, "havia a promessa de uma compensação" do Estado, a qual não chegou a concretizar-se, lamentou Humberto Oliveira.
Entre a Câmara e a Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro foi celebrado um contrato de comodato.
A ARS paga 150 mil euros por mês pela sua utilização, segundo o autarca.