Os franceses da Vinci venceram a corrida à privatização da ANA – Aeroportos de Portugal, segunda a agência de notícias Reuters. A proposta do já acionista da Lusoponte, concessionária das pontes Vasco da Gama e 25 de Abril, foi a vencedora entre os quatro concorrentes ao contrato de concessão por um prazo de 50 anos dos aeroportos nacionais.
O grupo francês Vinci é já conhecido dos portugueses por intermédio da sua ligação como acionista da Lusoponte, que detém no nosso país as concessões das pontes que atravessam o rio Tejo em Lisboa, Vasco da Gama e 25 de Abril, até ao ano de 2030, tendo ainda presença em mais de 100 países com concessões rodoviárias, ferroviárias e gestão de parques de estacionamento, sendo ainda gestor de nove aeroportos em França e três no sudeste asiático.
A entrega da concessão dos aeroportos nacionais à Vinci era já esperada, apesar de o secretário de Estado das Obras Públicas, Sérgio Monteiro, ter garantido na passada sexta-feira que todos os concorrentes apresentaram propostas "em linha com o entendimento do Governo", depois de se saber que a proposta francesa era a mais alta à compra da ANA.
Em cima da mesa, além da proposta da francesa Vinci, estava ainda a dos alemães da Fraport, empresa gestora de 13 aeroportos entre os quais o de Frankfurt, a brasileira CCR e o fundo Global Infrastructure Partners em conjunto com a suíça Flughafen Zurich, que gere o aeroporto de Zurique, e, finalmente, o grupo EAMA, liderado pela Corporación América, que integra a Sonae Sierra, Auto Sueco, Empark e Engevix e tem a gestão de 50 aeroportos em sete países sobretudo na América Latina, dos quais 36 se encontram no país de origem, a Argentina.
O comprador da ANA tem agora que pagar uma prestação de 100 milhões de euros no momento da celebração dos instrumentos jurídicos relativos à venda da concessionária dos aeroportos portugueses.
Recorde-se que o Estado já encaixou 800 milhões de euros com a assinatura do contrato que transferiu a concessão de serviço público aeroportuário para a ANA, a 14 de dezembro, data limite para a entrega das propostas finais.Bom negócio
Apesar de o mercado europeu da aviação sofrer com a crise, a verdade é que os aeroportos portugueses mostram alguma resistência a essa tendência e com isso o novo dono da ANA vai receber um conjunto de ativos que, no seu todo, deverá registar um ligeiro crescimento, isto olhando às últimas estimativas.
Como se sabe o aeroporto de Lisboa é a estrela de todo o negócio já que se trata da infraestrutura que gera mais dinheiro e o hub que tem potenciado o tráfego com África e a América Latina, um aeroporto que ainda muito recentemente, mais precisamente no passado dia 21, atingiu os 15 milhões de passageiros processados em 2012, ano em que esta infraestrutura comemorou os 70 anos.
A Portela continua a crescer, apesar da conjuntura, e até outubro o crescimento do Aeroporto de Lisboa foi de 1,1 por cento o que não foi suficiente para evitar a quebra geral nos aeroportos nacionais que recuaram 1,1 por cento nos primeiros dez meses do ano.
Segundo o relatório e contas da ANA de 2011, em termos globais a empresa deverá registar nos seus aeroportos uma taxa de crescimento de 0,8 por cento em tráfego de passageiros, para uma estagnação ao nível dos movimentos de aeronaves e um incremento marginal de 0,8 por cento no segmento de carga aérea.
Para este crescimento muito contribui a TAP, o maior cliente da ANA, que prevê um crescimento anual de 5 por cento ao ano, nos próximos cinco anos, tendo já atingido esta semana os 10 milhões de passageiros, sabendo-se que mais passageiros significa mais taxas a pagar à gestora dos aeroportos.
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