Os ricos estão ainda mais ricos e as 25 maiores fortunas de Portugal já valem dez por cento do Produto Interno Bruto. Somam 18,8 mil milhões de euros, revela o estudo anual da revista Exame.
Este é o quarto ano consecutivo em que as fortunas dos mais ricos crescem: 15 mil milhões em 2016; 14,7 mil milhões de euros em 2015; 14,3 mil milhões em 2014.
Feitas as contas, estas fortunas equivalem a 10 por cento do PIB. O peso destes “gigantes” aumentou desde o ano passado, quando as 25 maiores fortunas representavam 8,3 por cento do PIB.
O estudo completo da Exame é publicado esta quinta-feira.
O topo da tabela continua a estar entregue à família Amorim. O património foi avaliado pela Exame em 3,8 mil milhões de euros, a maior avaliação desde 2014, fruto dos resultados da Galp e Corticeira Amorim. Com a recente morte de Américo Amorim, a fortuna vai agora passar para os herdeiros.
Em segundo lugar, Soares dos Santos, com mais 500 milhões de património do que no ano anterior. A valorização das ações da dona do Pingo Doce foi razão para aumentar a fortuna para os 2,5 mil milhões de euros.
Belmiro de Azevedo vê crescer a sua fortuna em 150 milhões de euros, para 1,31 milhões de euros. Já foi o mais rico de Portugal, mas mesmo com a fortuna a crescer, continua a ocupar o quarto lugar do ranking.
De novo no top 10: Maud e Pedro Queiroz Pereira, graças à subida em bolsa da Semapa.
Igualmente entre os dez mais ricos, uma mulher. Maria Isabel dos Santos, uma das principais acionistas da Jerónimo Martins, volta a ser a mulher mais rica do país. E está mais rica. Passa de 545,5 milhões de euros em 2016 para 664 milhões de euros este ano.
Top 10 das maiores fortunas:
- Família Amorim – 3840 milhões de euros;
- Alexandre Soares dos Santos – 2532 milhões de euros;
- Família Guimarães de Melo – 1471 milhões de euros;
- Belmiro de Azevedo – 1311 milhões de euros;
- António da Silva Rodrigues – 1038 milhões de euros;
- Família Alves Ribeiro – 952 milhões de euros;
- Fernando Figueiredo dos Santos – 664 milhões de euros;
- Maria Isabel dos Santos – 664 milhões de euros;
- Fernando Campos Nunes – 575 milhões;
- Maud e Pedro Queiroz Pereira – 569 milhões de euros.
Metodologia aplicada, de acordo com a revista Exame:
Tal como nos anos anteriores foram usadas para a avaliação do património empresarial todas as fontes disponíveis que pudessem contribuir com informação credível, como relatórios e contas (2015 e 2016), entrevistas a gestores, sites da empresas e do mercado, aplicando-se depois diversos critérios de avaliação. Para as empresas cotadas foram aplicadas as cotações das sociedades a 5 de julho de 2017, acontecendo o mesmo no caso das holdings de empresas cotadas. Nestas últimas utilizou-se o valor do mercado da casa-mãe, pois as empresas por ela detidas não podem ser livremente negociadas. Nas holdings não cotadas foi aplicada a avaliação da soma das partes, e nas sociedades dos grupos foi aplicado, individualmente ou consolidado, o método dos múltiplos EV/EBIDTA.
Nas sociedades imobiliárias o caminho utilizado foi o dos capitais próprios. As empresas da banca e seguros não cotadas foram calculadas através da utilização do PER do sector vezes os lucros. Não foi possível avaliar a liquidez existente em contas bancárias dos protagonistas, dentro ou fora do país, bem como as suas dívidas pessoais e outros créditos associados. Foram, tal como em anos anteriores, excluídos do estudo os casos em que as dificuldades financeiras são do domínio público.