Maputo, 30 out (Lusa) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou hoje que "uma escalada" da tensão militar em Moçambique poderá ser um "fator de risco" para a economia, mas manteve a previsão de um crescimento de sete por cento este ano.
Moçambique vive a sua pior crise política e militar desde a assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992, devido a confrontos entre o exército e homens armados da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), no centro do país.
No finaç de uma missão de avaliação do panorama económico de Moçambique, o FMI considerou a atual tensão política no país um fator de risco, caso haja uma escalada do conflito, mas reiterou que o país fechará o ano com um Produto Interno Bruto (PIB) "muito bom", atingindo sete por cento.
"A situação política é um fator de risco, como as cheias o são. Temos de reconhecer que se o clima de insegurança aumentar, pode ter um efeito tremendo sobre o crescimento económico. A linha-férrea de Sena (por onde passam as exportações de carvão), localiza-se na área onde está concentrada a tensão", afirmou Doris Ross.
Reiterando as previsões anteriores do FMI de um crescimento de sete por cento este ano, Doris Ross disse que o desempenho da economia moçambicana em 2013 será impulsionado pela indústria extrativa, nomeadamente as exportações de carvão.
"A economia moçambicana continua alegre e recuperou rapidamente das cheias severas do início de 2013. O crescimento está projetado para atingir sete por cento e para acelerar para 8,3 por cento em 2014, suportado por um elevado nível da atividade das indústrias extrativas, serviços financeiros, bem como transportes e comunicações", enfatizou a chefe da missão do FMI.
A inflação, assinalou Doris Ross, terminará o ano entre cinco a seis por cento, abaixo da fasquia média definida pelo Banco Central moçambicano, e o défice da conta corrente externa vai atingir 43 por cento do PIB.