FMI corta para menos de metade previsões para crescimento de Macau e Hong Kong
O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou para menos de metade as previsões para o crescimento económico das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, além de rever em baixa o crescimento da China continental.
De acordo com o relatório World Economic Outlook, publicado na terça-feira, o FMI estima um crescimento de 3,6% para a economia de Macau em 2025, inferior à previsão de 7,3% feita em outubro.
De acordo com dados oficiais, o território semiautónomo cresceu 8,8% em 2024, uma forte desaceleração face à recuperação de 80% registada no ano anterior, graças ao fim das restrições impostas devido à pandemia de covid-19.
Para 2026, o FMI espera que a economia de Macau cresça ainda menos, 3,5%.
Em 10 de abril, o Centro de Estudos de Macau e o Departamento de Economia da Universidade de Macau (UM) reviram em baixa a previsão para o crescimento económico da região em 2025, para 6,8%, menos 1,1 pontos percentuais do que na anterior previsão, feita em janeiro.
O coordenador do projeto e economista Kwan Fung disse que a revisão em baixa se deve ao declínio no consumo dos visitantes e às "tarifas norte-americanas sobre o mundo", algo que "tem impacto indireto na economia de Macau".
Kwan disse que as tarifas vão "afetar o crescimento de todas as economias, especialmente o consumo dos turistas da China continental".
Quanto a Hong Kong, a instituição acredita que o crescimento da economia desacelere para 1,5% este ano, uma revisão em baixa da previsão de 3,2% divulgada em outubro, antes de recuperar para 1,9% em 2026.
No mesmo relatório, o FMI reduziu a previsão para o crescimento da economia da China continental de 4,6%, feita em janeiro, para 4%, ambas abaixo da meta de 5% fixada pelas autoridades de Pequim.
Nos mercados emergentes e em desenvolvimento, o crescimento deverá "abrandar para 3,7% em 2025 e 3,9% em 2026, com descidas significativas para os países mais afetados pelas recentes medidas comerciais como a China", alertou a instituição.
O FMI reviu em baixa as previsões para o crescimento da economia mundial, para 2,8% este ano, face aos 3,3% que apontou em janeiro,
Para 2026, o FMI estima um crescimento de 3%, inferior aos 3,3% que também estimava em janeiro.
"A rápida escalada das tensões comerciais e os níveis extremamente elevados de incerteza política deverão ter um impacto significativo na atividade económica mundial", justificou, no documento.
O FMI projeta que o crescimento nas economias avançadas seja de 1,4% em 2025, estimando que "o crescimento nos Estados Unidos abrande para 1,8%", um valor 0,9 pontos percentuais inferior "ao projetado na atualização de janeiro de 2025 (...), devido à maior incerteza política, às tensões comerciais e à menor dinâmica da procura".
Já o crescimento na área do euro, de 0,8%, deverá abrandar 0,2 pontos percentuais, face ao estimado em janeiro.