O ex-ministro das Finanças Fernando Medida recusou hoje que Portugal apresente um problema orçamental e acusou o atual detentor da pasta, Miranda Sarmento, de "inaptidão técnica" ou, em alternativa, "falsidade política".
Esta posição foi transmitida pelo deputado socialista Fernando Medina após o ministro de Estado e das Finanças ter hoje estimado em cerca de 600 milhões de euros o défice registado até ao final do primeiro trimestre deste ano, numa conferência de imprensa em que acusou o anterior Governo de ter aumentado despesa já depois das últimas eleições legislativas.
"A situação orçamental é bastante pior do que o anterior Governo tinha anunciado", declarou Joaquim Miranda Sarmento no final da reunião do Conselho de Ministros, dizendo que aos 300 milhões de euros de défice registados na última síntese de execução orçamental de março importa somar mais outros 300 milhões de euros em resultado do aumento das dívidas a fornecedores.
Perante os jornalistas, Fernando Medina recusou que Portugal apresente um problema orçamental e insistiu que, num cenário de políticas invariáveis, o país registará um excedente na ordem dos O,7% no final deste ano.
"Foram declarações lamentáveis [do atual ministro de Estado e das Finanças] e preocupantes que revelam uma de duas coisas: Ou impreparação e inaptidão técnica ou falsidade", política, contrapôs Fernando Medina.
O ex-ministro das Finanças alegou que os recentes dados da Direção-Geral do Orçamento relativos à síntese de execução orçamental até março foram apresentados em contabilidade pública, quando o critério que releva para Bruxelas é o da contabilidade nacional.