Execução orçamental. Terceira vaga da pandemia agravou défice nos primeiros dois meses do ano
O Ministério das Finanças divulgou, esta quinta-feira, a execução orçamental de fevereiro, indicando que se registou "um défice de 1.153 milhões de euros", face ao mesmo período do ano passado, devido às medidas impostas para conter a propagação da pandemia durante a terceira vaga da Covid-19 em Portugal.
Para além disso, as contribuições para a Segurança Social reduziram-se 2,2 por cento.
Já a despesa do SNS cresceu a "um ritmo recorde de 10,5 por cento, principalmente pelo aumento muito elevado das despesas com pessoal (10,1 por cento)", aumento que resultou em grande parte do "reforço expressivo do número de profissionais de
saúde em 8 por cento (mais 10 786 trabalhadores face a fevereiro de 2020)".
O documento destaca ainda o "significativo aumento de 64,6 por cento da despesa com investimento no SNS".
Em janeiro e fevereiro, a despesa total com medidas de apoio às empresas e às famílias ascendeu a cerca de 1.091 milhões de euros - um valor que equivale a um terço da despesa total feita em 2020 com apoios no âmbito do apoio à crise provocada pela pandemia.
"As medidas de apoio às empresas e ao emprego somaram 663 milhões de euros, destacando-se o programa Apoiar (345 milhões de euros), o lay-off simplificado (135 milhões de euros) e o apoio extraordinário à retoma progressiva de atividade (116 milhões de euros)", indica o Ministério das Finanças.
Segundo a síntese de execução orçamental, "as medidas de prorrogação de pagamento de impostos, suspensão de execuções fiscais e isenção da TSU – medidas que apoiam a tesouraria das empresas e ajudam ao rendimento das famílias – ascenderam a cerca de 438 milhões de euros".
Na despesa, 194 milhões de euros são para o apoio ao rendimento às famílias, 175 milhões de euros para a Saúde e 60 milhões de euros para a rubrica "outros apoios".