Ex-CEO da TAP. "Contrato foi redigido com uma equipa jurídica", vinca Pedro Nuno Santos

por Joana Raposo Santos - RTP
O candidato às legislativas considerou ainda que "a TAP vai sendo e vai ser usada ao longo da campanha" e que "vai haver sempre alguma coisa que possa ser explorada". Paulo Novais - Lusa

O candidato socialista à sucessão de António Costa disse esta sexta-feira assumir "todas as responsabilidades no que diz respeito à TAP". Pedro Nuno Santos insistiu repetidamente que o contrato da anterior CEO, Christine Ourmières-Widener, foi elaborado por uma equipa jurídica, pelo que não havia sinais que indicassem a ilegalidade da acumulação de cargos.

“Eu assumo todas as responsabilidades no que diz respeito à TAP”, começou por garantir o candidato às legislativas de março. “O contrato da anterior CEO foi feito com equipas jurídicas das duas partes”, sendo “muito importante que nós tenhamos essa consciência”, frisou.

Pedro Nuno Santos afirmou aos jornalistas que “o contrato foi redigido com uma equipa jurídica, o que quer dizer que diferentes equipas jurídicas têm interpretações também diferentes sobre o que ali foi feito”.

Estão todos a partir do pressuposto de que a acumulação daqueles cargos é ilegal. Eu não tenho essa certeza e aquilo que sei é que o contrato foi acompanhado por uma equipa jurídica”, insistiu.
O candidato às legislativas considerou ainda que “a TAP vai sendo e vai ser usada ao longo da campanha” e que “vai haver sempre alguma coisa que possa ser explorada”.

“Mas a verdade é que o ponto de vista mais relevante central, é mesmo o facto de nós termos uma empresa que dava prejuízo, que estava mesmo falida, com capitais próprios negativos, e que hoje é uma empresa que dá lucro”, defendeu.

“E quando nós queremos medir o resultado do sucesso, do trabalho e de um Governo ou político, mede-se também por isso”.

Questionado se Christine Ourmières-Widener contribuiu para esse sucesso, Pedro Nuno Santos respondeu que este se deve “ao Governo que decidiu intervencionar a TAP e que conseguiu negociar um plano de restruturação eficaz com a Comissão Europeia”, “à equipa que administrou a TAP e implementou o plano de reestruturação, e também a todos os trabalhadores da companhia”.

As declarações surgem depois de ser noticiado que o Governo autorizou a ex-presidente executiva da TAP a manter cargos em outras duas empresas. A exceção do dever de exclusividade consta do contrato assinado com Christine Ourmières-Widener, que foi validado pelos ministros das Infraestruturas e das Finanças.
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