Meia centena de pessoas e empresas em Hong Kong, Emirados Árabes Unidos e Ilhas Marshall, parte de um "vasta rede bancária paralela" para os militares iranianos, foi hoje alvo de sanções económicas, informou o Departamento do Tesouro norte-americano.
O Gabinete de Controlo dos Bens Estrangeiros do Tesouro norte-americano afirmou que as entidades e os indivíduos estão envolvidos na venda de petróleo e produtos petroquímicos iranianos, o que tem ajudado os militares e o governo do Irão a obter acesso ilícito ao sistema financeiro internacional.
Segundo o Tesouro, as receitas pagam as armas e o financiamento de grupos por procuração, incluindo os Huthis do Iémen, bem como as transferências de `drones` (aeronaves não tripuladas) para a Rússia.
O Irão é acusado de fornecer à Rússia `drones` que são utilizados para bombardear civis ucranianos enquanto o Kremlin prossegue a sua invasão da Ucrânia.
As sanções incluem Seyyed Mohammad Mosanna`i Najibi, um cambista iraniano-turco, 27 empresas de fachada controladas por Najibi com sede em Hong Kong, nos Emirados Árabes Unidos e nas Ilhas Marshall, e uma empresa de câmbios com sede em Teerão, entre outras.
A sucursal iraniana da empresa de Najibi, conhecida como Sadaf Exchange, questionada pela agência noticiosa Associated Press (AP), não respondeu a contactos.
Entre outras coisas, as sanções negam às pessoas e às empresas o acesso a quaisquer bens ou ativos financeiros detidos nos Estados Unidos e impedem as empresas e os cidadãos norte-americanos de fazerem negócios com elas.
O secretário adjunto do Tesouro, Wally Adeyemo, afirmou que os Estados Unidos "continuarão a perseguir aqueles que procuram financiar as atividades terroristas desestabilizadoras do Irão".
"Continuamos a trabalhar com aliados e parceiros, bem como com a indústria financeira global, para aumentar a vigilância contra o movimento de fundos que apoiam o terrorismo", afirmou Adeyemo.
Os Estados Unidos já aplicaram sanções às atividades bancárias paralelas iranianas.
Em março de 2023, Washington impôs sanções económicas a 39 empresas ligadas a um sistema bancário paralelo que ajudou a ofuscar a atividade financeira entre as empresas iranianas sancionadas e os seus compradores estrangeiros, nomeadamente para os produtos petroquímicos produzidos no Irão.