Energia. Solução para reduzir preços deve ser a que não distorça concorrência, defende APREN

por Lusa

O presidente da APREN defendeu hoje que a solução para reduzir os preços da energia, que os Governos português e espanhol vão propor a Bruxelas, deve ser a que provocar "menos danos e não distorça" a concorrência.

"Eu acho que essas propostas vão ter que defender as famílias e os consumidores, temos é que arranjar a solução que tenha menos danos e não distorça nada do ponto de vista de concorrência de mercado", disse aos jornalistas o presidente da direção da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), Pedro Amaral Jorge, à margem da apresentação do estudo sobre o "Impacto da eletricidade de origem renovável no preço suportado pelo consumidor em 2021", elaborado pela consultora Deloitte para a associação.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, e o chefe de Governo espanhol, Pedro Sánchez, anunciaram um acordo dos líderes da União Europeia (UE) para introduzir uma exceção no sistema energético europeu para a Península Ibérica, visando poder baixar preços.

A Comissão Europeia comprometeu-se hoje a analisar "sem demora" as propostas que forem apresentadas por Portugal e Espanha.

O presidente da APREN disse não ter conhecimento de que medida está a ser a preparada, mas qualquer que seja, apontou, deve garantir que não há "taxação excessiva das empresas".

"Quando se faz isto em termos médios é sempre muito perigoso, ou seja, começar a ter-se a ideia de que isto gera lucros monstruosos, que não geram, porque os lucros não estão nos produtores de eletricidade, estão no comercializador de último recurso, que, neste caso, é o Estado", apontou o responsável da associação.

Na comunicação `REPower EU", a Comissão Europeia admitiu a possibilidade de limitar os preços dos produtores de eletricidade no mercado grossista.

"Outra das opções que há é não aumentar o preço do gás acima de um determinado limite para a produção de eletricidade na componente de gás natural nas centrais de ciclo combinado", lembrou Pedro Amaral Jorge.

Seja qual for a proposta, para o responsável "não há nenhuma solução alternativa a não ser" a autossuficiência energética do país, "com as vantagens que isso pode vir a ter até do ponto de vista de captação de outros investimentos".

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