Enercon lança "grande operação de recrutamento" de trabalhadores para nova fábrica eólica

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Viana do Castelo, 17 Nov (Lusa) - A empresa alemã Enercon lança quarta-feira "uma grande operação de recrutamento" de mão-de-obra para preencher os quinhentos postos de trabalho da fábrica de pás de rotor que dentro de um ano entra em funcionamento em Viana do Castelo.

"São muitos postos de trabalho e, como tal, há que preparar estas coisas a tempo e horas, para seleccionar o pessoal e ministrar-lhe a devida formação prévia. Mas só para o final do próximo ano é que precisaremos de trabalhadores, quando a nova fábrica entrar em funcionamento", disse hoje à agência Lusa Francisco Laranjeira, o representante da Enercon em Viana do Castelo.

A Enercon está a instalar um "cluster" eólico em Viana do Castelo, num investimento total de 200 milhões de euros que criará 2500 postos de trabalho directos.

Duas fábricas do "cluster" já estão em funcionamento, empregando perto de 530 trabalhadores, estando prevista para breve a abertura de mais duas e de um centro administrativo e de formação.

"Actualmente, os recrutamentos de pessoal estão concluídos e estabilizados", assegurou Francisco Laranjeira.

Em finais de 2009, abrirá a fábrica de pás de rotor, com a abertura do meio milhar de postos de trabalho.

"Vamos lançar quarta-feira uma grande operação de recrutamento de pessoal, que naturalmente estará aberta a concelhos vizinhos de Viana do Castelo. É um fenómeno perfeitamente natural. Aliás, já temos trabalhadores de fora de Viana nas fábricas que já estão em funcionamento", explicou aquele responsável.

Entretanto, e porque se trata de uma fábrica que vai funcionar por turnos, a empresa já reuniu com a Câmara de Viana do Castelo, para tentar articular uma rede de transportes que assegure uma maior mobilidade aos trabalhadores.

"Há toda uma logística que é necessário preparar a tempo e horas, e é disso que estamos a tratar", disse ainda Francisco Laranjeira.

Segundo Aníbal Fernandes, presidente do consórcio Eólicas de Portugal, que é liderado pela EDP e integra a Enercon, os trabalhadores das fábricas deste "cluster" eólico "não são, nem podem ser, iguais aos indiferenciados da construção civil".

"Não podem ser pessoas iletradas, têm que ter no mínimo o 9º ano de escolaridade, e, por isso, pode haver uma ou outra dificuldade pontual em encontrar os trabalhadores de que precisamos. Mas nenhuma fábrica deixará, certamente, de funcionar por falta de mão-de-obra", assegurou.

O concelho de Viana do Castelo, segundo o presidente da Câmara, Defensor Moura, apresenta uma taxa de desemprego que ronda os cinco por cento, contra os 17 por cento de concelhos vizinhos como Barcelos ou Braga.

"Isto torna ainda mais natural o facto de alargarmos o recrutamento de pessoal aos concelhos vizinhos de Viana do Castelo", sustentou Francisco Laranjeira.

VCP.


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