Aprígio Santos confirmou hoje à agência Lusa que o processo, a decorrer do Tribunal de Cantanhede, foi interposto por si, mas recusou comentá-lo.

"O processo é meu, mas não quero falar sobre isso", disse.

De acordo com os dados disponíveis no portal Citius, o processo tem data de 02 de maio e os devedores são Aprígio Santos e a mulher, Dolores Sebastião, e da lista de credores consta a Parvalorem, empresa que assumiu as dívidas do Banco Português de Negócios (BPN).

São ainda credores três entidades bancárias - a Caixa Geral de Depósitos, o Banco Comercial Português e o Montepio Geral - um filho do empresário e a Imoholding Património Imobiliário, que pertence ao grupo empresarial de Aprígio Santos.

O Processo Especial de Revitalização, que entrou em vigor há cerca de um ano, é um instrumento jurídico a que um devedor, empresa ou pessoa singular, pode concorrer, em caso de situação económica difícil e insolvência iminente, e que dá a possibilidade de serem estabelecidas negociações com os credores, para retoma da atividade económica.

De acordo com um anúncio do Tribunal de Cantanhede, a que a Lusa teve acesso, foi nomeada uma administradora judicial provisória, que "ficará encarregue de assistir os devedores na administração do seu património".

De acordo com o despacho judicial, Aprígio Santos e a mulher ficam "impedidos de praticar atos de especial relevo (...) sem que previamente obtenham autorização para a realização da operação pretendida por parte da administradora provisória".

Esta possui "direito de acesso à sede e instalações empresariais dos devedores" bem como a faculdade de proceder as "quaisquer inspeções e a exames", designadamente da contabilidade dos devedores.

Para além da sua atividade empresarial, Aprígio Santos é o sócio maioritário da Sociedade Anónima Desportiva da Naval 1º de Maio (Naval SAD), equipa que milita na II Liga de futebol profissional e cujos jogadores possuem cinco meses de ordenados em atraso.