O setor da economia social vai ter um centro de competências específico, financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência e cujo protocolo é assinado hoje, para definir currículos e programas de formação a implementar na rede de formação profissional.
O anúncio foi feito pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social à agência Lusa, que adiantou que hoje vai ser assinado um acordo entre todos os parceiros do Conselho Nacional da Economia Social, para garantir que, à semelhança do que já acontece em sede de Concertação Social, exista um entendimento para a formação na economia social.
"Nunca tinha sido feito um acordo em sede de economia social e estamos a fazer isto pela primeira vez com este conselho nacional da economia social", sublinhou Ana Mendes Godinho.
De acordo com a ministra, trata-se de um acordo para identificar as necessidades de formação específicas na economia social, que inclui a criação de um centro de competências dedicado a este setor e à inovação social, algo que acontece pela primeira vez.
"A ideia é que o centro de competências defina currículos e programas de capacitação de formação, investigação, de conhecimento, em torno do setor social, seja para desenvolver novas respostas, seja para desenvolver programas de formação para dirigentes, seja para desenvolver programas de formação para trabalhadores, que no fundo depois sejam disseminados por toda a rede IEFP [Instituto de Emprego e Formação Profissional]", explicou Ana Mendes Godinho.
Este centro de formação para o setor e a economia social irá ficar instalado na Guarda e será gerido numa parceria entre o IEFP, a Cooperativa António Sérgio e o Centro de Estudos Ibérico da Guarda.
Este centro de competências da economia social é um dos cinco centros que são protocolados hoje, no âmbito do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), com um investimento previsto de cerca de 60 milhões de euros.
Segundo explicou a ministra, dois destes centros vão ter gestão direta do IEFP, enquanto os outros três serão centros de formação protocolados com parceiros, de modo a "haver um maior `match` entre a procura e a oferta, entre a necessidade do mercado e a oferta de formação".
"Estes três novos centros vão ser nas áreas estratégicas evidentes do ponto de vista das prioridades, por um lado a questão da economia e inovação social, outro dedicado à transição verde e outro dedicado à transição digital", revelou.
Em relação ao momento em que estes centros poderão estar operacionais, Ana Mendes Godinho disse que o objetivo é estarem no terreno "nos `timings` que o PRR prevê em termos de execução", ou seja, até 2025, para os centros de formação.
"Depende de cada um deles [parceiros] a sua concretização e execução. O que estamos a fazer é a assinatura dos protocolos para que as entidades parceiras possam começar os trabalhos para arrancar com estes centros", sublinhou.
Ana Mendes Godinho recusou que a assinatura destes protocolos seja uma medida eleitoralista, dado o momento de pré-campanha eleitoral, justificando que os centros ficarão espalhados pelo país e que o governo tem compromissos que tem "mesmo de colocar no terreno".