O mar, a que o Presidente da República dedica sexta-feira um Roteiro para a Ciência, representa cerca de 11 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em Portugal, segundo um estudo da Universidade Católica.
Com uma das maiores zonas económicas exclusivas da Europa - mais de 1,7 milhões de quilómetros quadrados e 18 vezes a sua área terrestre - o mar português representa igualmente, e atendendo aos seus efeitos indirectos, 12 por cento do emprego e 17 por cento dos impostos indirectos.
As estimativas foram feitas pelo Centro de Estudos Aplicados da Universidade Católica, num trabalho de 2001 para a Comissão Estratégica dos Oceanos.
Dados da Comissão Europeia indicam que Portugal tem a quarta maior frota de pesca da União Europeia (UE), com cerca de 8.700 navios, que empregam cerca de 33 mil pessoas, e mais de três quartos da população vive no litoral.
Este foi o retrato do país segundo dados divulgados em Bruxelas, no âmbito da apresentação da política marítima europeia, em Outubro, e que revelam que o turismo costeiro representa cerca de 39 mil postos de trabalho.
O sector naval, incluindo portos, estaleiros e transportes marítimos, emprega mais de 26 mil trabalhadores.
Portugal tem 1.187 quilómetros de costa e uma Zona Económica Exclusiva (ZEE) de mais de 1.700.000 quilómetros quadrados, 18 vezes maior do que a área terrestre.
Até Maio de 2008, Portugal vai apresentar uma proposta na Nações Unidas para a extensão da plataforma continental das além das 200 milhas.
Para a preparação desse "dossier", a Marinha, com os seus dois navios oceanográficos, "Almirante Gago Coutinho" e "D. Carlos I", está a fazer um levantamento, recorrendo a tecnologia de ponta, para cartografar o fundo marinho português. Sendo um dos 16 Estados-membros costeiros da União Europeia, Portugal adoptou, em 2006, uma Estratégia Nacional para os Oceanos, cujo objectivo central é promover um desenvolvimento económico e social sustentável.
Na UE, de acordo com dados da comissão, metade dos europeus vive hoje a menos de 50 quilómetros da costa e as indústrias e serviços relacionadas com o mar produzem entre três a cinco por cento do Produto Interno Bruto (PIB) do conjunto dos 27.
O lançamento de uma rede integrada de vigilância marítima e a eliminação das práticas desportivas de pesca de arrasto são algumas das medidas previstas na proposta aprovada pelo colégio de comissários europeus a 10 de Outubro.
A gestão dos 1.200 portos dos países da UE e demais actividades ligadas ao mar - o que representam, no total, cinco milhões de postos de trabalho - a par do controlo da pesca ilegal e da prevenção ambiental e da partilha de bases de dados são outras das questões que o executivo de Bruxelas quer ver abordadas de forma integrada.