Economia brasileira cresce 1,2% no segundo trimestre de 2022

por Lusa

A economia brasileira cresceu 1,2% no segundo trimestre do ano face aos três meses imediatamente anteriores, divulgou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado positivo foi provocado especialmente pelo crescimento de 1,3% nos serviços, que têm maior peso no indicador, embora a maior subida registado tenha ocorrido na indústria (2,2%). Já a agropecuária expandiu 0,5%.

"Os serviços estão a pesar 70% da economia, então têm um impacto maior nesse resultado. Dentro dos serviços, outras atividades de serviços (3,3%), transportes (3,0%) e informação e comunicação (2,9%) avançaram e puxaram essa alta", explicou em comunicado Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Segundo o órgão responsável pelas estatísticas do Governo brasileiro, foi o quarto resultado positivo consecutivo do PIB brasileiro após o recuo de 0,3% registado no segundo trimestre do ano passado.

O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, chegou aos 2,4 biliões de reais (460 mil milhões de euros) de abril a junho deste ano em valores correntes. Face ao segundo trimestre de 2021, o PIB brasileiro cresceu 3,2%.

No acumulado dos quatro trimestres terminados em junho de 2022, a economia do país sul-americano cresceu 2,6% face aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Em 2022, o PIB acumula um crescimento de 2,5%.

Com isso, a atividade económica do Brasil está 3% acima do patamar antes da pandemia, registado no quarto trimestre de 2019, e atinge o segundo patamar mais alto da série, atrás apenas do alcançado no primeiro trimestre de 2014.

Na indústria, a alta de 2,2% foi o segundo resultado positivo consecutivo do setor, após a queda de 0,9% no quarto trimestre do ano passado.

"Houve crescimento em todos os subsetores da indústria. Um deles é a construção civil, que vem enfrentando problemas há anos e foi bastante afetado na pandemia, mas está a recuperar há alguns trimestres", avaliou Rebeca Palis.

A especialista também explicou que a alta de 0,5% da agropecuária no segundo trimestre deste ano está relacionada a sazonalidade.

"Esse setor é muito ligado à sazonalidade. No semestre, a agropecuária vem caindo, puxada pela retração na produção da soja, que é a nossa maior colheita (...) a previsão é de queda de 12% nessa produção. Isso impactou bastante o resultado da agropecuária no ano", afirmou a coordenadora do IBGE.

O resultado do PIB brasileiro também foi impactado pelo consumo das famílias, que cresceu 2,6% no segundo trimestre, maior alta desde o quarto trimestre de 2020 (3,1%). Já o consumo do Governo recuou 0,9%, após registar estabilidade no trimestre anterior (-0,1%).

No setor externo, as exportações brasileiras caíram 2,5%, enquanto as Importações cresceram 7,6% face ao primeiro trimestre de 2022.

Em relação aos investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo), houve um aumento de 4,8%. Já a taxa de investimento no Brasil foi de 18,7% do PIB no segundo trimestre, mantendo estabilidade em relação à observada no mesmo período do ano anterior (18,6%).

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