Duas soluções ambientais desenhadas em África, uma no Quénia e outra no Gana, estão entre os cinco vencedores do Prémio Earthshot 2024, anunciados hoje na Cidade do Cabo, África do Sul, na presença do fundador do galardão, príncipe William.
A empresa social Keep IT Cool (KIT), do Quénia, vencedora da categoria "Construir um mundo sem resíduos", disponibiliza máquinas de refrigeração alimentadas a energia solar a pequenos agricultores e pescadores para estes preservarem os seus produtos, reduzindo a deterioração e o desperdício.
Vencedora da categoria "Limpar o nosso ar", a Organização Juvenil da África Verde (GAYO), do Gana, desenvolveu um "Modelo de Desperdício Zero", destinado a mudar o comportamento na gestão de resíduos em toda a África, que evite a queima a céu aberto e a consequente libertação de gases com efeito de estufa.
Os outros vencedores são a Iniciativa de Conservação Altyn Dala (Cazaquistão), na categoria "Proteger e restaurar a natureza", Coligação de Alta Ambição para a Natureza e as Pessoas (internacional), na cagetoria de "Reavivar os nossos oceanos", e Sistemas Termovoltaicos Avançados (EUA), na categoria "Reparar o nosso clima".
Os vencedores, selecionados entre 15 finalistas do Earthshot deste ano, vão receber um milhão de libras (1,2 milhões de euros) cada um para acelerar e expandir as suas soluções ambientais, juntamente com orientação, recursos e apoio técnico ao longo de 12 meses por empresas, doadores, investidores e organizações internacionais.
Fundado pelo Príncipe William em 2020, o Prémio Earthshot pretende identificar soluções ambientais e catalisar investimentos e recursos para o desenvolvimento dessas soluções.
Desde 2020, foram selecionadas 60 soluções ambientais como finalistas e vencedores do Prémio entre mais de 2.500 propostas e mais de 75 milhões de libras (90 milhões de euros) em apoio.
Segundo a organização, o número de nomeações baseadas em África duplicou entre 2023 e 2024, com mais de 400 nomeações de soluções lideradas por africanos e outras 350 com operações e impacto em África.
Em 2022, a queniana Mukuru Clean Stoves ganhou graças ao fogão que desenvolveu que usa biomassa feita de carvão vegetal, madeira e cana-de-açúcar como combustível, libertando menos gases poluentes e prejudiciais à saúde.
Durante a cerimónia de entrega dos prémios hoje, o príncipe William disse acreditar que "o mundo pode ser rico em possibilidades, em esperança e em otimismo".
"É por isso que o Prémio Earthshot existe. Para promover os que revolucionam o mercado, os inventores, os criadores, os construtores, os líderes; para os ajudar a desenvolver as coisas incríveis que já alcançaram; para acelerar as suas inovações em grande escala e para inspirar a próxima geração a criar o futuro de que todos precisamos", vincou o herdeiro da coroa britânica, citado num comunicado.