O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) proibiu a entrada a granel, na região demarcada, de uvas, mostos, vinhos e outros produtos vínicos não abrangidos pelo estatuto de Denominação de Origem Protegida ou Indicação Geográfica Protegida.
O IVDP, com sede no Peso da Régua, distrito de Vila Real, anunciou, em comunicado, que deliberou a proibição de entrada a granel no Douro de uvas, mostos, vinhos e outros produtos vínicos ou afins que não estejam abrangidos pelo Estatuto das Denominações de Origem Protegidas (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP) da Região Demarcada do Douro".
Uma medida que, segundo o instituto público, é apoiada pelo ministro da Agricultura.
"É nossa obrigação cumprir a legislação europeia e nacional no respeito das DOP e IGP. Esta é também uma forma de apoiar e valorizar os nossos produtores e os nossos produtos, bem como de criar valor através da defesa do património que são as denominações e as indicações geográficas", afirmou José Manuel Fernandes, citado no comunicado.
Por sua vez, Gilberto Igrejas, presidente do IVDP, realçou "o compromisso na defesa da autenticidade e qualidade dos vinhos da Região Demarcada do Douro, garantindo o cumprimento das normas e protegendo o prestígio das suas denominações de origem e indicações geográficas".
O IVDP acrescentou ainda que "respeitando a legislação vigente e ponderando os riscos para a genuinidade dos vinhos com DOP ou IGP da Região Demarcada do Douro, poderá autorizar previamente a referida entrada, sendo estabelecidas as condições específicas e rigorosas a serem observadas pelo respetivo agente económico".
De acordo com o instituto público, a circular divulgada hoje entra em vigor no sábado.
Numa altura em que muito se fala no excesso de `stock` de vinho em Portugal, algumas organizações do setor têm defendido um travão às importações de vinhos a granel.
Por exemplo, recentemente, a Associação Nacional das Denominações de Origem (ANDOVI) responsabilizou a falta de controlo no destino comercial que é dado ao vinho importado a granel, sobretudo de Espanha, pela atual "bolha de acumulação de stocks" que está a afetar o setor e pediu um "controlo credível" ao Governo.