Dados da ASAE. Cabaz de bens essenciais disparou para mais de 96 euros num ano
O cabaz alimentar definido pela ASAE para calcular a evolução dos preços aumentou, desde 2022 e até fevereiro deste ano, quase 29 por cento, para 96,44 euros. Números partilhados esta quinta-feira pelo inspetor-geral da ASAE.
As margens de lucro rondam os 50 por cento nas cebolas, andam entre os 40 e os 50 por cento nos ovos, laranjas, cenouras, e febras de porco. Em relação às conservas, azeite e couve coração a margem é entre 30 e 40 por cento. Já na dourada, açúcar e óleo pode chegar aos 30 por cento.
Segundo os dados avançados na mesma conferência de imprensa, a ASAE realizou, desde o segundo semestre de 2022, mais de 960 ações de fiscalização e esta quinta-feira vai iniciar uma nova operação, em todo o país, com as suas 38 brigadas.
A ASAE instaurou 51 processos-crime por especulação em fiscalizações a 960 operadores e detetou margens de lucro superiores a 50 por cento na cebola. Conclusões que fazem parte da última análise desta autoridade à subida dos preços de bens alimentares.
"Foram inspecionados 960 operadores económicos [...] e instaurámos 51 processos-crime por especulação", avançou o inspetor-geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar.
Foram ainda instaurados 91 processos contraordenacionais, no âmbito destas ações que decorrem desde o segundo semestre de 2022.
O ministro da Economia e do Mar afirmou, por sua vez, que vai "ser inflexível" face a quaisquer "situações anómalas" no setor alimentar.
"Isto contrasta, em absoluto, com o que se passa a nível dos preços dos bens alimentares. Por isso, o Governo desenvolveu uma estratégia e está a trabalhar em seis dimensões. Respeitamos os operadores económicos, mas também respeitamos muito os direitos dos consumidores", indicou.
Adiante, o governante admitiu não ser particularmente favorável à imposição de preços ao mercado, notando que o ideal seria a autorregulação. Mas disse estar a ponderar medidas “musculadas”. “Estamos a equacionar todas as opções, inclusive as mais musculadas, mas queremos tomar essas medidas na posse de toda a informação recebida”, assegurou António Costa Silva.
c/ Lusa