
A História poderá vir a julgar a actual crise do sistema financeiro dos Estados Unidos como a mais grave desde o termo da II Guerra Mundial, vaticina o ex-governador da Reserva Federal norte-americana Alan Greenspan.
“Nunca teremos um modelo perfeito de risco”. O vaticínio pertence a Alan Greenspan e serve de título ao artigo que o ex-governador da Fed assina nas páginas do diário britânico Financial Times – um extenso sublinhado do pessimismo que ensombra os sistemas financeiros numa dimensão global.
“A actual crise financeira nos Estados Unidos será provavelmente julgada, em retrospectiva, como a mais dolorosa desde o fim da II Guerra Mundial”, sustenta Greenspan às primeiras linhas do artigo. “Ela acabará, eventualmente, quando o preços dos imóveis estabilizarem e, com eles, os preços dos produtos financeiros ligados aos empréstimos hipotecários”.
O homem que já foi projectado para o elenco de responsáveis pela “bolha” do mercado imobiliário – com a política de baixa taxa monetária prosseguida pela Reserva Federal entre 2001 e 2004 sob os holofotes dos críticos – escreve ainda que a crise “vai fazer muitas baixas”. E o actual sistema de avaliação de riscos será “particularmente atingido”.
“Mas espero que uma das vítimas não seja o sistema de supervisão mútua (por parte dos agentes do sector financeiro) e a auto-regulação financeira como mecanismo fundamental de equilíbrio para as finanças globais”.
Para Alan Greenspan, a “gestão de risco nunca atingirá a perfeição”. “Chegará sempre o momento em que fracassará e uma verdade incomodativa será posta a nu, provocando uma resposta inesperada e brutal”.
“É importante, mesmo essencial, que todas as reformas e ajustamentos na estrutura dos mercados e na sua regulação não ponham em causa os nossos corrimões mais fiáveis e eficazes contra as falhas económicas, a saber a flexibilidade dos mercados e a livre concorrência”, propugna.
Mercados abrem no vermelho
O artigo de Alan Greenspan vem alimentar o ambiente de pessimismo que percorre os mercados do globo.
No arranque da semana, os principais mercados bolsistas europeus abriram em queda pronunciada, toldados não só pela desvalorização galopante do dólar e pela ascensão contínua dos preços do petróleo, mas também pelos receios de contágio causados pela angústia vivida no banco norte-americano Bear Stearns.
Em Londres, às 8h10, o índice Footsie-100 abria a cair 1,92 por cento. Uma tendência repetida em Frankfurt, com o Dax a perder 1,41 por cento, e em Paris, onde o CAC 40 deslizava 2,62 por cento, situando-se, pela primeira vez desde meados de Novembro de 2005, abaixo da barreira psicológica dos 4,500 pontos. Poucos minutos depois da abertura, Madrid perdia 1,98 por cento e o índice de Milão caía, à mesma hora, 2,18 por cento.
A Euronext Lisboa não logrou escapar à tendência, com o índice PSI 20 a perder, na abertura, 3,29 por cento para os 9.926,40 pontos.
No domingo, a JPMorgan & Chase anunciou a compra do banco rival Bear Stearns por 236 milhões de dólares (155,74 milhões de euros). Em comunicado citado pela Bloomberg, as duas instituições indicaram que os accionistas do Bear Stearns vão receber um título da JP Morgan cotado em dois dólares.
No encerramento da sessão de sexta-feira, o papel do Bear Stearns transaccionava-se a 30,85 dólares, depois de ter caído 46 por cento durante o dia. O mergulho acentuou-se depois de o banco ter revelado que a sua liquidez estava “significativamente” deteriorada.
Parte da operação de compra será suportada pela Fed, que emprestará até 30 mil milhões de dólares à JPMorgan para cobrir os “activos menos líquidos” do Bear Stearns.
Escassos minutos depois do anúncio da compra – na primeira reunião convocada para um domingo em cerca de 30 anos -, a Fed anunciava um corte em 25 pontos, para os 3,25 por cento, da sua taxa de desconto (juros a pagar pelas instituições bancárias quando se financiam ante o banco central).
As últimas medidas da Reserva Federal, que volta a reunir-se na terça-feira, revelaram-se insuficientes para mitigar os receios dos investidores.
“A actual crise financeira nos Estados Unidos será provavelmente julgada, em retrospectiva, como a mais dolorosa desde o fim da II Guerra Mundial”, sustenta Greenspan às primeiras linhas do artigo. “Ela acabará, eventualmente, quando o preços dos imóveis estabilizarem e, com eles, os preços dos produtos financeiros ligados aos empréstimos hipotecários”.
O homem que já foi projectado para o elenco de responsáveis pela “bolha” do mercado imobiliário – com a política de baixa taxa monetária prosseguida pela Reserva Federal entre 2001 e 2004 sob os holofotes dos críticos – escreve ainda que a crise “vai fazer muitas baixas”. E o actual sistema de avaliação de riscos será “particularmente atingido”.
“Mas espero que uma das vítimas não seja o sistema de supervisão mútua (por parte dos agentes do sector financeiro) e a auto-regulação financeira como mecanismo fundamental de equilíbrio para as finanças globais”.
Para Alan Greenspan, a “gestão de risco nunca atingirá a perfeição”. “Chegará sempre o momento em que fracassará e uma verdade incomodativa será posta a nu, provocando uma resposta inesperada e brutal”.
“É importante, mesmo essencial, que todas as reformas e ajustamentos na estrutura dos mercados e na sua regulação não ponham em causa os nossos corrimões mais fiáveis e eficazes contra as falhas económicas, a saber a flexibilidade dos mercados e a livre concorrência”, propugna.
Mercados abrem no vermelho
O artigo de Alan Greenspan vem alimentar o ambiente de pessimismo que percorre os mercados do globo.
No arranque da semana, os principais mercados bolsistas europeus abriram em queda pronunciada, toldados não só pela desvalorização galopante do dólar e pela ascensão contínua dos preços do petróleo, mas também pelos receios de contágio causados pela angústia vivida no banco norte-americano Bear Stearns.
Em Londres, às 8h10, o índice Footsie-100 abria a cair 1,92 por cento. Uma tendência repetida em Frankfurt, com o Dax a perder 1,41 por cento, e em Paris, onde o CAC 40 deslizava 2,62 por cento, situando-se, pela primeira vez desde meados de Novembro de 2005, abaixo da barreira psicológica dos 4,500 pontos. Poucos minutos depois da abertura, Madrid perdia 1,98 por cento e o índice de Milão caía, à mesma hora, 2,18 por cento.
A Euronext Lisboa não logrou escapar à tendência, com o índice PSI 20 a perder, na abertura, 3,29 por cento para os 9.926,40 pontos.
No domingo, a JPMorgan & Chase anunciou a compra do banco rival Bear Stearns por 236 milhões de dólares (155,74 milhões de euros). Em comunicado citado pela Bloomberg, as duas instituições indicaram que os accionistas do Bear Stearns vão receber um título da JP Morgan cotado em dois dólares.
No encerramento da sessão de sexta-feira, o papel do Bear Stearns transaccionava-se a 30,85 dólares, depois de ter caído 46 por cento durante o dia. O mergulho acentuou-se depois de o banco ter revelado que a sua liquidez estava “significativamente” deteriorada.
Parte da operação de compra será suportada pela Fed, que emprestará até 30 mil milhões de dólares à JPMorgan para cobrir os “activos menos líquidos” do Bear Stearns.
Escassos minutos depois do anúncio da compra – na primeira reunião convocada para um domingo em cerca de 30 anos -, a Fed anunciava um corte em 25 pontos, para os 3,25 por cento, da sua taxa de desconto (juros a pagar pelas instituições bancárias quando se financiam ante o banco central).
As últimas medidas da Reserva Federal, que volta a reunir-se na terça-feira, revelaram-se insuficientes para mitigar os receios dos investidores.