O presidente do Banco Nacional Saudita, maior acionista do Credit Suisse, veio esta quinta-feira sustentar que o "pânico" em torno do banco suíço é "injustificado". Ammar al-Khudairy afirma que nunca houve discussões entre as duas partes sobre uma eventual "assistência" à segunda maior instituição financeira da Suíça.
Em entrevista à estação televisiva norte-americana CNBC, a partir de Riade, onde está a decorrer a Conferência do Setor Financeiro, o presidente do Banco Nacional da Arábia Saudita descreveu o mergulho do Credit Suisse em bolsa, que conheceu na quarta-feira o dia mais negro, como "pânico, um pouco de pânico".
"Penso que é totalmente injustificado, seja para o Credit Suisse ou para todo o mercado", alegou Al-Khudairy."Se olharmos para como todo o sector da banca caiu, infelizmente, muitas pessoas estavam apenas à procura de desculpas", acentuou o responsável saudita.
Esta posição do presidente do Banco Nacional Saudita é conhecida poucas horas depois de o Credit Suisse ter anunciado que solicitou um empréstimo de até 50 mil milhões de francos suíços, ou 50,7 mil milhões de euros, ao Banco Nacional da Suíça, tendo em vista "reforçar preventivamente a liquidez".
O presidente do maior acionista do Credit Suisse voltou ainda a descartar qualquer aumento da participação saudita para lá dos atuais 9,88 por cento. Na véspera, em declarações à agência Reuters, havia já afirmado que não o poderia fazer por causa das regras de mercado da Suíça: "É uma questão regulatória".
Ainda segundo Ammar al-Khudairy, as ondas de choque do colapso do norte-americano Silicon Valley Bank diferem dos primeiros momentos da crise financeira de 2008: "Tivemos um fracasso na semana passada, mas este não está nem perto nem tem nada a ver com o que vimos em 2008. Este é um incidente isolado, os reguladores cortaram qualquer possibilidade de contágio".
Na quarta-feira, após informações sobre uma situação de risco de crédito, o Credit Suisse viu os seus títulos em bolsa caírem para um mínimo histórico de menos de dois francos suíços: o valor mais baixo em 167 anos de história.
c/ agências