O primeiro-ministro participa nos próximos dias 07 e 08 na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), em Sharm el-Sheikh, no Egito, onde defenderá uma transição mais inclusiva e uma repartição mais equilibrada do financiamento climático.
Segundo fonte diplomática, António Costa deverá chegar a Sharm el-Sheikh ainda no domingo, acompanhado pelo seu ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, e tem previsto para dia 08 o seu discurso de fundo perante esta conferência.
Enquanto primeiro-ministro, António Costa participou pela primeira vez numa Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas em 2016, em Marraquexe (COP 22) - ocasião em que assumiu o compromisso de Portugal alcançar a neutralidade carbónica até 2050.
Em setembro passado, em Nova Iorque, no discurso que proferiu na Assembleia Geral das Nações Unidas, o líder do executivo assinalou que Portugal é um país que sofre com fenómenos como a erosão costeira, o aumento das secas e os incêndios florestais, e fez uma alusão especial às "devastadoras" cheias que atingiram o Paquistão.
"Esperamos que a COP27, em Sharm el-Sheikh, possa ser um momento que nos conduza a uma transição inclusiva, assegurando uma repartição mais equilibrada do financiamento climático entre a mitigação e a adaptação", declarou então o primeiro-ministro.
Em matéria ambiental, António Costa tem defendido que Portugal está "na linha da frente do processo de descarbonização, tendo sido o primeiro a assumir o compromisso de alcançar a neutralidade carbónica até 2050".
"Acreditamos que este objetivo é viável do ponto de vista económico e tecnológico, promotor de emprego e gerador de justiça social. Vamos procurar acelerar estes compromissos como já fizemos com a nossa meta de encerrar a produção de eletricidade através do carvão, que concretizámos no ano passado", disse na sua intervenção em Nova Iorque.
No programa do Governo, entre outras metas ao nível da transição climática, prevê-se que o país aumente de 60% para 80% o peso das renováveis na eletricidade consumida até 2026, através do investimento nas energias solar, eólica e oceânica, assim como por via da aposta na utilização de gases renováveis como o hidrogénio verde.
Entre 27 de junho e 01 de julho deste ano, Portugal organizou em conjunto com o Quénia a Conferência dos Oceanos das Nações Unidas em Lisboa.
O primeiro-ministro reiterou então o compromisso de Portugal proteger, até 2030, pelo menos 30% das áreas marinhas. Estabeleceu ainda como objetivo o país ter 100% do espaço marítimo sob sua soberania ou jurisdição com a avaliação de bom estado ambiental.
No plenário de encerramento da Conferência dos Oceanos, foi adotada uma declaração política sobre defesa dos oceanos, numa sessão que presidida pelo chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa.
No texto, associa-se a degradação dos oceanos às alterações climáticas, "um dos maiores desafios" da atualidade, com os subscritores a comprometerem-se novamente, apesar das falhas, com "ação urgente" e "cooperação aos níveis global, regional e sub-regional para atingir todas as metas tão cedo quanto possível e sem atrasos indevidos".
A 27.ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27) vai ter lugar em Sharm el-Sheikh, Egito, entre o próximo domingo e 18 de novembro.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, é um dos líderes mundiais que já confirmou a sua presença na conferência, o que acontecerá em 11 de novembro.