O primeiro-ministro António Costa sublinhou esta sexta-feira que Portugal registou o melhor défice em democracia. Para o chefe do Governo, os dados do INE mostram que “havia uma alternativa de política que produz melhores resultados”.
O primeiro-ministro insiste que o esforço de consolidação tem de ser “duradouro e sustentável” e permitir a recuperação de rendimentos e a aposta nos serviços públicos. “Este resultado alcançado em 2016 dá-nos a todos mais confiança de que é possível continuar a trajetória”, afirmou.
António Costa agradeceu ainda o “esforço coletivo” que permitiu a redução do défice. “É um esforço que é compensador porque nos tem permitido ter hoje uma política mais equilibrada”, explicou.
Ainda à luz das polémicas declarações do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, sobre os países do sul da Europa, António Costa comentou que o valor do défice de 2,1 por cento do Produto Interno Bruto confirmado pelo INE "demonstra seguramente que os preconceitos, como habitualmente, têm pouca adesão à realidade".
O Instituto Nacional de Estatísticas indicou esta sexta-feira que o défice ficou pelos 2,1 por cento no ano passado, valor que fica abaixo das previsões do Governo, das instituições internacionais e da meta que tinha sido traçada por Bruxelas.
O défice de 2,1 por cento abre a porta à saída de Portugal do Procedimento por Défices Excessivos. Para que se consume a saída, o acerto do défice terá ser avaliado como duradouro – ou seja, os défices dos próximos anos também deverão ser inferiores a três por cento.
O ministro das Finanças afirma que o valor foi alcançado “sem milagres ou habilidades” e dá como garantido que Portugal conseguirá sair do Procedimento por Défices Excessivos. Os partidos apresentam leituras diferentes.