A Coreia do Sul disponibilizou quatro milhões de dólares (3,7 milhões de euros) ao Programa Alimentar Mundial (PMA) para assistência aos deslocados pela violência armada em Cabo Delgado, Moçambique, foi hoje anunciado.
"A contribuição da Koica [Agência de Cooperação Internacional da Coreia] no valor de quatro milhões de dólares apoiará os esforços do PAM no sentido de reforçar a resiliência de comunidades vulneráveis", disse hoje, em Maputo, Jinjoo Hyun, diretora da Koica em Moçambique, durante a cerimónia de assinatura do acordo com o PAM sobre a implementação do projeto de apoio à segurança alimentar.
O acordo assinado visa a implementação do projeto "Melhorar a segurança alimentar e a resiliência das comunidades vulneráveis e contribuir para o nexo humanitário-desenvolvimento-paz em áreas fragilizadas do norte de Moçambique".
Segundo o PAM, o montante disponibilizado pela Koica vai apoiar, nos próximos três anos, a reintegração de mais de 50 mil pessoas que regressaram às suas zonas de origem, através da assistência alimentar e criação de oportunidades de geração de rendimento, com enfoque na capacitação de mulheres e crianças.
"As comunidades que regressaram enfrentam desafios significativos nos últimos anos e, através deste programa, pretendemos apoiá-las a tornarem-se mais autossuficientes", disse Antonella D`Aprile, diretora do PAM em Moçambique.
Antonella D`Aprile acrescentou que o projeto apoiado pela Koica vai também abordar a restauração dos ecossistemas locais e adaptar as comunidades aos recorrentes eventos climáticos extremos que assolam Moçambique, numa altura em que o país está em época chuvosa, que iniciou em outubro e termina em abril.
A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos alguns ataques reivindicados pelo EI, o que levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, libertando distritos junto aos projetos do gás.
Depois de um período de relativa estabilidade, novos ataques e movimentações foram registados em Cabo Delgado, nas últimas semanas, embora localmente as autoridades suspeitem que a movimentação esteja ligada à perseguição imposta pelas Forças de Defesa e Segurança nos distritos de Macomia, Quissanga e Muidumbe, entre os mais afetados.