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Conversa Capital com Isabel Ucha, CEO da Euronext Lisbon

por Antena1

Foto: Antena1

Taxar Lucros excessivos das empresas não resolve nenhuma questão em concreto, Portugal tem uma carga fiscal elevada que deve ser reduzida progressivamente e a reforma da segurança social devia ser aproveitada para introduzir um regime de capitalização progressiva. As ideias de Isabel Ucha, CEO da Euronext Lisbon.

Em entrevista à Antena1 e o Jornal de Negócios, a presidente da Euronext Lisbon, Isabel Ucha, defende que o caminho da consolidação orçamental é importante e deve continuar, sobretudo com uma redução da despesa que permita aliviar a carga fiscal. Isabel Ucha considera que Portugal tem uma carga fiscal elevada, que deve ser reduzida progressivamente, com medidas estruturais e persistentes.

Para a presidente da bolsa, tributar o lucro excessivo das empresas não resolve nenhuma questão em concreto e por isso, segundo Isabel Ucha, não parece ser necessário.

Nesta entrevista, Isabel Ucha considera que a discussão em torno da sustentabilidade da segurança social é uma oportunidade que deve ser aproveitada para introduzir um regime de capitalização progressiva. Neste sentido, defende que seria interessante no próximo OE introduzir alguns incentivos de natureza transitória, para incentivar a poupança, e uma maior relação dos investidores com o mercado dos capitais. Dá como exemplo a presença que o governo pode ter no mercado das obrigações para investidores individuais. Considera mesmo que com a subida das taxas de juro estão criadas as condições para retomar por exemplo as OTRV (obrigações de tesouro de rendimento variável).

Isabel Ucha defende que é preciso usar mais o mercado para financiar a transição energética. Lembra que o índice português, seguindo uma tendência contrária ao mercado europeu, valorizou 10 por cento graças sobretudo à exposição do mercado nacional às empresas energéticas e principalmente na área das renováveis. Agora a situação mudou, as transações abrandaram, há maior volatilidade, e a perceção do risco é maior, mas o caminho deve continuar a ser o mesmo. Aliás, considera que este é o momento para acelerar a transição energética e por isso considera que para lá do pacote de medidas anunciados de apoio às empresas, é preciso não esquecer as medidas estruturais, nomeadamente ao nível da transição energética.


Entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Leonor Mateus Ferreira do Jornal de Negócios.
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