Foto: Antena1
O Novo Banco vai ter de pedir mais dinheiro ao Fundo de Resolução do que aquele que inicialmente estava previsto.
António Ramalho lembra que há uma nova avaliação em junho, mas só no final do ano será possível determinar com rigor quanto é que o Novo Banco ainda vai gastar, dos 912 milhões disponíveis no Mecanismo de Capital Contingente, para a recapitalização do banco. António Ramalho confessa que gostaria de "gastar o menos possível", mas adianta que "será utilizado aquilo que for necessário, para deixar o banco limpo no final de 2020". Ou seja, utilizará o menos possível, se tiver a certeza que "o banco fica nas melhores condições".
António Ramalho considera que a polémica sobre a auditoria ao Novo Banco, que levou a um desentendimento entre o presidente da Republica, o primeiro-ministro e o ministro das Finanças, foi encerrada desde logo por Mário Centeno, no primeiro comunicado que fez. Adianta que em relação à auditoria especial, que resulta da lei 15, lembra que decorre da decisão dos deputados que "ela só será feita posteriormente à injeção de capitais". António Ramalho não está preocupado com o desfecho dessa auditoria, ou de outras, e revela que dá por "bem empregue os 8 milhões" que pagou pelas auditorias "porque escrutinam definitivamente os atos praticados em defesa da instituição". Aliás, António Ramalho adianta mesmo que se o Fundo de Resolução estiver de acordo, está disponível para "divulgar o mais amplamente possível" o contrato de CCA (Mecanismo de Capital Contingente) exceto no que se refere ao sigilo bancário, o que inclui a identidade dos 44 maiores devedores.
Apesar da crise económica provocada pela COVID, António Ramalho mantém a intenção de ter o balanço limpo em 2020 e de regressar aos lucros em 2021. Quer passar o malparado dos 11 por cento para os 5 por cento e rejeita que tenha perdido melhores oportunidades de negócio por ter decidido acelerar o processo de venda, em vez de "empurrar com a barriga": "Se eu tivesse esperado mais tempo, seria agora objeto da crítica de que agora não vendia nada, porque a situação agora é calamitosa" por causa da pandemia. E assim sendo, conclui: "Ainda bem que tomámos a decisão de uma forma transparente e rápida de ir para o mercado resolver os problemas".
Quanto à Contribuição Adicional de Solidariedade, prevista no Orçamento Suplementar, considera que a mesma representa "um desgaste desnecessário". Adianta que o que está em causa não é o valor é o princípio. Ou seja, sendo necessária uma contribuição, ela devia ser repartida por quem mais beneficia da crise. Ora, a banca não beneficia e vai ser um dos sectores mais "fustigados" pela crise. No caso do Novo Banco, a taxa representa uma contribuição de 4 milhões de euros.
Pode ver aqui na íntegra esta entrevista de António Ramalho, presidente do Novo Banco, a Rosário Lira (Antena1) e Rita Atalaia (Jornal de Negócios):