Foto: Antena1
Em matéria de incêndios Portugal continua muito focado nas consequências e não nas causas. A falta de decisão sobre a localização do novo aeroporto é um dano grande para o país. São precisas medidas orçamentais para combater a inflação, os apoios às empresas vão continuar, as empresas intensivas em gás começam a receber o dinheiro na 2ªfeira.
Nesta entrevista o ministro diz que "é preciso fazer mais para combater a inflação". Segundo Costa e Silva, a inflação deve ser lida tendo em conta outras variáveis, como o PIB, a dívida Pública, o défice e o emprego. As projeções do PIB para este ano são boas, mas é preciso evitar a queda prevista para o próximo ano. Neste sentido, recomenda "cautela" e "prudência" e defende uma articulação entre a política monetária e a orçamental, para dar respostas.
Uma resposta pode ser o aumento dos salários, médio e mínimo, no entanto, o ministro da Economia e do Mar deixa ficar um aviso: "não se pode exigir às empresas aquilo que não podem pagar" e por isso é preciso libertá-las, nomeadamente, de alguns constrangimentos fiscais.
Costa e Silva acredita que em 2023 será possível avançar com a redução do IRC seletivo, em função dos investimentos feitos pelas empresas, uma medida que ainda está em estudo.
Em sentido contrário, sobre a possibilidade de tributar as grandes empresas nomeadamente da energia e da banca pelos lucros extraordinários obtidos, uma medida que o ministro já defendeu e que foi levada a cabo recentemente pela Espanha, Costa e Silva diz que é preciso estudar o pacote todo para decidir se a medida deve avançar ou não no próximo orçamento.
O ministro da Economia revelou que espera assinar todos os contratos das agendas mobilizadoras ainda este mês, mas confessa que está preocupado com a capacidade de execução do PRR. Diz mesmo que "a nível da Administração Publica, se mantivermos os mesmos sistemas, não vamos chegar lá". Ainda assim, mostra-se confiante nas reformas em curso, nomeadamente ao nível dos licenciamentos. Acrescenta que é preciso dar liberdade às empresas para criaram condições, para desenvolverem a sua atividade, porque "se fizermos mais do mesmo não vamos sair da cepa torta".
António Costa e Silva admite que é preciso continuar a ajudar as empresas "mais vergastadas" pelo aumento dos preços dos combustíveis e da energia, mas também não considera que a situação seja "catastrófica", até porque, há sectores que estão a ter boas prestações e a aumentar as exportações. Reitera, no entanto, que as empresas que têm viabilidade e que estejam a ser "fustigadas", vão continuar a ser apoiadas e revela mesmo que na 2ª feira as empresas intensivas em gás vão começar a receber as verbas a que se candidataram.
Nesta entrevista, o ministro da Economia e do Mar considera que a ausência de decisão sobre o novo aeroporto é um dano grande para o país, diz mesmo que não decidir às vezes tem um custo mais elevado do que qualquer decisão. Não se compromete com nenhuma opção nem prazo, mas ainda assim, espera que seja apresentada o mais breve possível uma solução articulada entre o ministro Pedro Nuno Santos e o Primeiro-Ministro.
Costa e Silva fala ainda sobre a venda da Efacec à DST, adiantando que as negociações com Bruxelas continuam, e que nas próximas semanas será possível completar o negócio. Já sobre o Banco de Fomento, promete até ao final do ano avançar com os meios humanas necessários, considera que a instituição está a trabalhar com transparência, e confia nas opções tomadas até agora, como no caso da Pluris Invesments de Mário Ferreira. Sobre a atribuição das restantes verbas do programa de recapitalização, Costa e Silva adianta apenas que espera que avance o mais depressa possível.
Entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e Diana Ramos do Jornal de Negócios.