Foto: Antena1
António Costa Silva não vê vantagens na regionalização do país, mas defende uma maior descentralização, nomeadamente na aplicação do pacote financeiro da união europeia para a recuperação da economia.
Sobre as verbas provenientes da União Europeia considera que a sua utilização só será eficiente se houver descentralização, mediante uma orientação global e estratégica. Admite no entanto que a corrupção é um problema e dai a proposta de um portal onde todas as verbas utilizadas são apresentadas de forma transparente.
Na semana em que o INE revelou que o PIB registou uma quebra de 16,5 por cento em termos homólogos, Costa Silva vem lembrar que a situação do país é muito difícil, que é urgente apresentar uma resposta, porque se isso não acontecer, a situação vai agravar-se. Adianta que o primeiro-ministro "percebe a dimensão do desafio e está a mobilizar a máquina para dar uma resposta".
Sobre a banca, que tem vindo a registar quebras na sequência da pandemia, o consultor do governo defende que tem de ser chamada para o processo de recuperação, "é indispensável", tem de dispor de condições concorrenciais e não pode ser penalizada, como foi por exemplo com a aplicação de uma taxa adicional por causa da pandemia. Em resposta a algumas críticas sobre o papel que defende para o Estado, Costa Silva considera que a pandemia obriga a entrar numa nova era e lamenta que o seu plano continue a ser discutido com base em conceitos do passado. "Precisamos de um paradigma novo, uma nova síntese económica e política para fazer face aos problemas". Costa Silva considera que nas discussões à volta do seu plano "as pessoas analisam isso, prisioneiras do passado". É necessário uma "combinação virtuosa" entre Estado e mercados.
Uma entrevista conduzida pelos jornalistas Rosário Lira, da Antena1 e David Santiago do Jornal de Negócios.