O Conselho da Diáspora Portuguesa quer atrair o talento jovem de origem portuguesa no mundo, nomeadamente líderes de `unicórnios`, empresas tecnológicas com capital superior a mil milhões de dólares, disse hoje o presidente da organização.
"Hoje foi aqui dito que nós temos sete `unicórnios` portugueses que no seu conjunto valem praticamente metade do nosso PSI 20. Isso é muito potente. Nós temos de conseguir incluir esse talento jovem que já está na diáspora, que é talento jovem português", disse António Calçada de Sá à Lusa.
Num resumo das principais conclusões do encontro de dois dias do Conselho da Diáspora Portuguesa, que terminou hoje em Cascais, explicou que o objetivo é fazer com que estas pessoas "tenham Portugal na agenda, para que sejam capazes de ser dinamizadores de investimento que possa vir para Portugal e para que também, nos ecossistemas onde estão, tenham sempre Portugal como uma das suas prioridades".
Entre as propostas dos conselheiros para a juventude estão também os jovens lusodescendentes, muitos dos quais estão já muito afastados de Portugal, pelo que sugeriram a criação de programas de intercâmbio académico e estágios em Portugal.
António Calçada de Sá disse que a primeira e mais geral conclusão do encontro foi que a rede de conselheiros no mundo "pode fazer mais e melhor".
Os conselheiros querem um maior nível de envolvimento entre todos, pelo que propõem "projetos mais transversais, mais globais", disse à Lusa no final do encontro.
Exemplificou com uma proposta do reitor da Imperial College de Londres, Francisco Veloso, que sugeriu a criação de uma rede académica ou científica que vincule distintas universidades e institutos de investigação no mundo.
Também foi abordada a ideia de uma rede de assessores e facilitadores que possam trabalhar de uma maneira bidirecional, nomeadamente atraindo investimento para Portugal.
"Muitos estão à frente de grandes empresas, grandes corporações, grandes instituições e, portanto, são pessoas extraordinariamente bem posicionadas", disse Calçada de Sá, explicando que a ideia não é substituir a diplomacia económica do país, mas sim complementá-la.
Os conselheiros da diáspora poderão também funcionar como assessores que ajudem pequenas e médias empresas a entrar nos mercados dos países onde vivem, promovendo uma "aterragem suave".
Melhorar a relação do Conselho com as embaixadas e as câmaras de comércio ou identificar outras pessoas nos países em que se encontram que possam contribuir para Portugal foram outras propostas abordadas.
Criado em 2012 e contando com o alto patrocínio do Presidente da República, que é o seu presidente honorário, e do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, vice-presidente honorário, o Conselho da Diáspora Portuguesa tem como objetivo "estreitar as relações entre Portugal e a sua diáspora".
O propósito maior da organização é fazer com que os portugueses e lusodescendentes, através do seu mérito e influência, "contribuam para a afirmação universal dos valores e cultura portuguesa, bem como para a elevação e reforço permanente da reputação do nosso país".