O indicador de confiança dos consumidores diminuiu em setembro para o valor mais baixo desde o início da pandemia e o indicador de clima económico recuou em agosto e setembro, afastando-se do pico de fevereiro, divulgou esta quinta-feira o INE.
Segundo resulta dos Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores do Instituto Nacional de Estatística (INE), "o indicador de confiança dos consumidores diminuiu em setembro, atingindo o valor mais baixo desde o início da pandemia em abril de 2020 e situando-se num nível inferior ao observado em março, quando se verificou a segunda queda mais intensa da série".
Quanto ao indicador de clima económico, "diminuiu em agosto e setembro, afastando-se do nível observado em fevereiro, em que atingiu o máximo desde março de 2019".
De acordo com o INE, a evolução do indicador de confiança dos consumidores em setembro "resultou do contributo negativo de todas as componentes, opiniões e expectativas relativas à situação financeira do agregado familiar, perspetivas sobre a evolução futura da situação económica do país e da realização de compras importantes por parte das famílias".
O saldo das expectativas relativas à evolução futura da situação económica do país diminuiu, "contrariando o aumento observado nos dois meses precedentes", tendo também recuado o saldo das opiniões relativas à evolução da situação financeira do agregado familiar, para "o nível mais baixo desde junho de 2014".
Quanto às perspetivas sobre a evolução futura da situação financeira do agregado familiar, "agravaram-se significativamente em setembro, recuando para o valor mais baixo desde o início da pandemia em abril de 2020".
Por sua vez, o saldo das opiniões sobre a evolução passada dos preços "aumentou ligeiramente em setembro, renovando o valor máximo da série que havia sido registado nos dois meses anteriores, no seguimento da trajetória marcadamente ascendente iniciada em março de 2021".
Já o saldo das perspetivas relativas à evolução futura dos preços aumentou em setembro, depois das diminuições observadas nos dois meses precedentes.
Segundo o INE, em setembro o indicador de confiança dos serviços "diminuiu expressivamente", tendo aumentado na construção e obras públicas, no comércio e na indústria transformadora, "de forma ligeira nos últimos dois casos".
Na indústria transformadora, a confiança "aumentou ligeiramente em setembro, após ter diminuído nos dois meses precedentes", resultando a evolução deste indicador do contributo positivo das opiniões sobre a evolução da procura global e das apreciações relativas aos 'stocks' de produtos acabados, tendo as perspetivas de produção contribuído negativamente.
"O indicador de confiança aumentou no agrupamento de bens de consumo, tendo diminuído nos agrupamentos de bens intermédios e de bens de investimento", detalha o INE.
O saldo das apreciações sobre a procura global aumentou em setembro, contrariando a diminuição registada no mês anterior, com as opiniões relativas à procura interna a recuperarem "tenuemente", após a deterioração registada no mês precedente, e as apreciações relativas à procura externa a agravarem-se "ligeiramente", após a recuperação verificada nos dois meses precedentes.
Por seu turno, o indicador de confiança da construção e obras públicas "aumentou em setembro, suspendendo o movimento descendente iniciado em fevereiro", refletindo o contributo positivo das duas componentes, apreciações sobre a carteira de encomendas e perspetivas de emprego.
No setor do comércio, o indicador de confiança "aumentou ligeiramente" em setembro, após a diminuição verificada nos dois meses precedentes, em resultado do contributo positivo das opiniões sobre o volume de vendas, tendo as perspetivas de atividade da empresa e as apreciações sobre o volume de 'stocks' contribuído negativamente.
Em setembro, o indicador de confiança aumentou no comércio por grosso e diminuiu no comércio a retalho.
Quanto ao indicador de confiança nos serviços, "diminuiu de forma expressiva em setembro, contrariando o aumento observado no mês anterior".
O INE explica que "o comportamento do indicador resultou do contributo negativo de todas as componentes, opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas, apreciações sobre a atividade da empresa e perspetivas relativas à evolução da procura, de forma expressiva nos dois primeiros casos".