Comissões na banca cada vez mais caras

por Sandra Salvado, RTP
Tobias Schwarz, Reuters

Os encargos por ter uma conta no banco não são de agora. Mas nos últimos meses as instituições bancárias têm penalizado de forma crescente os detentores de aplicações menos expressivas, que chegam a pagar quase três vezes mais do que quem tem mais dinheiro. Em alguns casos os aumentos são superiores a 200 por cento.

“Se há alguns anos esse agravamento era facilmente identificável com a subida do valor exigido, nos últimos tempos tem havido a opção pela revisão dos patamares de saldo das contas”, avança o Jornal de Negócios.

Agora a generalidade dos bancos exige comissões diferenciadas em função do montante que cada cliente tem.

Foi o que aconteceu com o caso mais extremo, no Novo Banco, identificado pelo mesmo jornal: “Ao passar a apresentar uma comissão única para todos os clientes, de 4,67 euros por mês, pôs a pagar quem tinha saldos médios de mais de 3.500 euros”.
Mais de 200 por cento
O mesmo jornal adianta ainda que, no caso do Banif, por exemplo, “ao passar a fixar uma comissão para saldos inferiores a 5.000 euros e isenção para valores superiores, provocou aumentos de custos para os clientes que chegam a 233,5 por cento”.

O Negócios refere também que “em vez dos 2,08 euros cobrados aos saldos médios entre dois mil e três mil euros, há um ano, um cliente com um valor de 2.500 euros na conta do Banif paga, atualmente, 6,94 euros”.

Já no Barclays e na CGD, lê-se no mesmo jornal, “há aumentos de 25 a 35 por cento. O Barclays elevou a sua comissão de 6,93 para 8,66 euros, já o banco do Estado trouxe aumentos de 3,82 para 5,15 euros no caso de clientes com saldos de 2.500 euros”. Parlamento debate comissões
O PSD e o CDS-PP apresentaram um projeto-lei com novas regras para as comissões bancárias.

A proposta dos deputados da maioria, que será debatida esta quinta-feira no Parlamento, é que os bancos entreguem aos clientes um recibo fatura detalhado sobre o valor cobrado em comissões, como a manutenção da conta bancária.

Outra alteração é a simplificação dos serviços mínimos bancários, para que os clientes tenham acesso a contas com menos custos associados.

Os partidos da maioria querem tornar os serviços bancários mais transparentes, já que nos últimos anos tinham sido feitas três propostas de limitações às comissões bancárias, mas todas foram chumbadas.

O Banco de Portugal já tinha defendido há um ano que os bancos não deveriam fazer depender dos saldos o valor das comissões.
Tópicos
PUB