Em direto
Incêndios em Portugal. A situação ao minuto

Comissário europeu considera intolerável "boicote" de empresas lituanas pela China

por Lusa

O comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, considerou hoje "não ser tolerável" o "boicote" das empresas lituanas pela China, adiantando que vai deslocar-se nos próximos dias à capital da Lituânia, Vilnius.

"Não é tolerável que seja negado o acesso às empresas [pela China], devemos pôr fim ao boicote às empresas europeias [...] e colocar toda força da Europa a favor das empresas injustamente visadas", disse Breton em Lens (Pas de Calais, França) durante a conferência de imprensa de encerramento da cimeira informal dos ministros europeus da Indústria.

E acrescentou: "Quando um país europeu é alvo de medidas opressivas, para não dizer de ataque, é toda a União Europeia que é atacada".

A Lituânia, Estado-membro da União Europeia (UE) com menos de três milhões de habitantes, permitiu que Taiwan abrisse um "Escritório de Representação" oficial em Vílnius em novembro de 2021, o que despertou a fúria da China.

Pequim rejeita qualquer uso oficial da palavra Taiwan e não reconhece o estatuto de Estado da ilha, que considera uma das suas províncias.

A Lituânia alega que a China bloqueou, em retaliação, as importações do seu território a partir de dezembro.

"Vou nos próximos dias a Vilnius para discutir o que podemos fazer para ajudá-los", disse Breton, acreditando que "as ações da China são contrárias aos seus compromissos internacionais".

Thierry Breton explicou que tem de "verificar se existe" igualdade de condições "para as empresas".

A ministra francesa responsável pela Indústria, Agnès Pannier-Runacher, anfitriã do encontro europeu, indicou também que todos os países participantes manifestaram a sua "solidariedade" com a Lituânia.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

No entanto, Pequim considera Taiwan parte do seu território, não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força caso a ilha declare independência.

Tópicos
PUB