Comissão Política Nacional do PS aprova abstenção na votação do Orçamento

por RTP
José Sena Goulão - Lusa

A Comissão Política do PS aprovou esta noite por unanimidade a decisão de o partido se abster na votação do Orçamento do Estado para 2025, seguindo assim a recomendação do secretário-geral, Pedro Nuno Santos. A decisão permitirá a viabilização no Parlamento do Orçamento do próximo ano.

Esta votação aconteceu no final da reunião da Comissão Política Nacional do PS, que decorreu na noite de segunda-feira, na sede do PS, e terminou já depois das 01h30.

O presidente do PS, Carlos César, falou à saída aos jornalistas, admitindo que custa aos socialistas viabilizar este orçamento porque não gostam da proposta nem confiam no Governo. Optaram por colocar o interesse nacional acima do interesse partidário.

O líder do PS anunciou a semana passada que ia propor à Comissão Política Nacional de hoje que o partido optasse pela abstenção, quer na generalidade quer na votação final global, o que na prática significa que o primeiro orçamento do Governo liderado pelo social-democrata Luís Montenegro será viabilizado.

Fontes socialistas adiantaram que o secretário-geral do PS defendeu dentro da reunião que a negociação do Orçamento do Estado permitiu diminuir um dano que o Governo ia impor ao país, considerando que os socialistas têm que fazer uma “oposição dura” e “apresentar uma verdadeira alternativa”.

O líder do PS disse não duvidar de que o PS fez bem em negociar com o Governo e considerou que sem acordo os socialistas estão descomprometidos com o orçamento, “mas comprometidos com o saldo orçamental”.

Ainda antes do anúncio da decisão da comissão política socialista, José Luís Carneiro, deputado e antigo ministro do PS que disputou a liderança do PS com Pedro Nuno Santos, considerou que o líder do PS mostrou responsabilidade na posição sobre o Orçamento e que o partido foi a “solução para mais um impasse político”.

José Luís Carneiro concordou com a proposta do líder socialista de viabilizar, pela abstenção, o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

O deputado e antigo ministro defendeu que com esta posição o líder do PS e os socialistas mostram “o seu sentido de responsabilidades” mantendo a “posição central na vida política portuguesa” ao pôr o país e os portugueses no centro da ação política do partido.

José Luís Carneiro sublinhou que o PS foi de novo “a solução para mais um impasse político” em Portugal.

Sobre o OE2025, o ex-ministro afirmou que “não é um bom Orçamento [e que é] injusto” em diversos aspetos por não proteger quem precisa.

Para José Luís Carneiro este é um orçamento “em certa medida irresponsável” por gastar “sem critério” aquilo que pode fazer falta depois e assim colocar em risco “a trajetória de sustentabilidade das contas públicas”.

O antigo ministro vê na especialidade o caminho para que sejam minimizados alguns destes problemas “sem pôr em causa as contas públicas e a redução da dívida pública”.


c/ Lusa
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