Comissão Europeia. Portugal entre os nove Estados-membros que apresentam desequilíbrios

por RTP
Reuters

Bruxelas publicou a avaliação económica de Inverno e coloca Portugal entre nove países com desequilíbrios macroeconomicos. Outros três países têm desequilíbrios excessivos e a Bulgária já não enfrenta qualquer desequilíbrio. A Comissão Europeia refere que Portugal fez um "progresso limitado" a tratar das recomendações específicas de Bruxelas, de 2019. As principais críticas vão para a segmentação do mercado de trabalho, sustentabilidade das empresas públicas ou eficiência da segurança social. O elogio vai apenas para a redução sustentada da dívida pública e a melhoria da situação do sistema financeiro

Portugal, ao lado da Alemanha, Irlanda, Espanha, Países Baixos, França, Croácia, Roménia e Suécia, revela desequilíbrios. A Grécia, Itália e Chipre ainda enfrentam desequilíbrios excessivos. A Bulgária é o único Estado que já não enfrenta qualquer desequilíbrio.

No caso de Portugal, a Comissão diz que a situação é caracterizada por uma combinação de vulnerabilidades ligadas a altas dívidas pública, do governo e privada. O mesmo acontece com a Espanha, Irlanda e Croácia.

“O processo de correção de desequilíbrios macroeconómicos está a avançar a um passo certo, apesar de algum abrandamento no setor externo”, diz o relatório.

Segundo o executivo comunitário, Portugal tem feito progressos na correção de desequilíbrios, designadamente ao nível da redução da dívida, quer pública quer privada, e também do crédito malparado, mas, a nível externo, a posição de investimento internacional "continua a ser uma das mais negativas da UE" e as perspetivas são de que "o ajustamento externo abrande substancialmente".

Em dezembro passado, por ocasião da adoção do "pacote de outono" do semestre europeu, o executivo comunitário adotou o Relatório sobre o Mecanismo de Alerta, que identificou 13 Estados-membros que, segundo Bruxelas, mereciam ser alvo de "análises aprofundadas" por apresentarem desequilíbrios económicos, tendo as conclusões dessa análise sido hoje divulgadas, no âmbito do "pacote de inverno".

A Comissão diz que a gravidade dos casos 'afunila' num número limitado de casos. "A boa notícia é que os desequilíbrios na União Europeia estão a regredir. Os Estados-membros devem construir em cima desta tendência. Devem continuar reformas que tornem a nossa economia à prova do futuro. Eles precisam de fazer descer a dívida, impulsionar a produtividade e fazer os investimentos corretos para conseguir uma justa transição para uma economia sustentável e inclusiva", refere Valdis Dombrovskis, vice-presidente executivo para uma Economia que Funcione para as Pessoas.

De acordo com a Comissão, o foco do Semestre Económico vai para aspetos económicos e sociais, bem como para a correção de desequilíbrios macro-económicos.

Paolo Gentiloni, comissário para a Economia, realça que agora está a ser dado "o primeiro passo para colocar a sustentabilidade no coração da ação e política económia da União Europeia", realçando que os  relatórios deste semestre de Inverno incluem o progresso de cada país em direção aos objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, e ainda uma secção dedicada à sustentabilidade ambiental.

Pela primeira vez, a análise da União Europeia inclui desfaios baseados no Desenvolvimento Sustentável e novos anexos analisam o progresso de cada país em direção a esses objetivos e qual a tendência dos últimos cinco anos.
Progresso limitado em Portugal
A Comissão analisou a forma como cada país implementou as recomendações específicas. No caso de Portugal, diz que o país teve um “progresso limitado” a resolver as recomendações específicas feitas em 2019.

Bruxelas considera que Portugal não teve qualquer progresso a desenvolver um mapa para reduzir as restrições em profissões altamente regulamentadas. O progresso foi limitado na melhoria da eficiência da rede de segurança social.

A Comissão considera que houve algum progresso a adoptar medidas no que toca à segmentação do mercado de trabalho, bem como no foco para uma política económica de investimento em projetos de baixas emissões e transição energética.

As principais críticas vão para a segmentação do mercado de trabalho, sustentabilidade das empresas públicas ou eficiência da segurança social.

O elogio vai apenas para a redução sustentada da dívida pública e a melhoria da situação do sistema financeiro.

A nova Comissão de Von der Leyen vai dar apoio a todos os Estados-membros para levar a cabo 240 projetos em 2020 no âmbito do Programa de Reformas Estruturais. Para Pprtugal, a Comissão Europeia dá como exemplo, a melhoria dos procedimentos de insolvência.

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