Cinco projetos de investigação promissores na saúde recebem financiamento de 200 mil euros

por Lusa

Cinco projetos de instituições científicas de Oeiras considerados promissores na área da saúde receberam um financiamento de 200 mil euros, como o desenvolvimento de antibióticos para a pneumonia e de probióticos para a doença inflamatória intestinal.

Os projetos de investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência (FCG-IGC) e do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier da Universidade NOVA de Lisboa (ITQB NOVA) foram premiados pelo Fundo de Prova de Conceito InnOValley (IOV PoC), anunciou hoje a organização.

"Apesar de estar inicialmente previsto que quatro candidaturas seriam selecionadas, este ano excecionalmente foi decidido pelo painel internacional de especialistas atribuir cinco prémios, dada a qualidade das candidaturas submetidas", avançaram as instituições em comunicado.

O IOV PoC é uma iniciativa da Unidade de Inovação InnOValley entre o FCG-IGC e o ITQB NOVA, fruto de uma parceria partilhada entre estas instituições científicas e o município de Oeiras.

Um dos projetos vencedores nesta segunda edição refere-se a uma nova classe de antibióticos de precisão contra a pneumonia multirresistente, uma investigação liderada por Maria Miragaia, do ITQB NOVA, que pretendeu "levar este composto para fases mais avançadas de desenvolvimento, nomeadamente através da validação da sua atividade no laboratório e da determinação de parâmetros físico-químicos chave e condições de estabilidade".

Tendo como líder o investigador Vítor Cabral, do IGC, o projeto para uma nova geração de probióticos para o tratamento da inflamação intestinal foi outro dos cinco a receber o financiamento.

Os investigadores propõem-se a desenvolver uma terapia probiótica de "próxima geração", utilizando uma espécie protetora de microbiota intestinal que pode visar os três principais sintomas de doenças inflamatórias intestinais, reduzindo os episódios inflamatórios, recuperando a microbiota dos desequilíbrios e resolvendo as infeções.

Outro dos projetos, liderado por Ana Pina (ITQB NOVA), está relacionado com o desenvolvimento de baterias biológicas à base de colagénio para aplicações eletrónicas cutâneas.

Na prática, a Coll-Bat pretende desenvolver uma inovadora bio-bateria ultrafina, flexível e leve, inteiramente feita de biomateriais semelhantes ao colagénio, capaz de fornecer dispositivos eletrónicos de pele para monitorização sanitária.

Já a equipa de Margarida Archer, também do ITQB NOVA, avançou com a investigação de proteínas de engenharia computacional para diagnóstico de vírus emergentes como o Zika e para os quais ainda não há vacina disponível.

Na área dos dispositivos médicos, a equipa liderada por Mónica Serrano trabalhou no desenvolvimento de uma nanoplataforma para a deteção de agentes patogénicos, considerada uma alternativa mais rápida e simples aos tradicionais testes PCR.

Lançada em 2021, a IOV PoC contou nesta segunda edição com um aumento de 50% no número de candidaturas submetidas face ao ano anterior, num total de 21 propostas.

De acordo com a organização, os projetos concorrentes devem mostrar resultados promissores com potencial de inovação, com o objetivo de criar nova propriedade intelectual e responder a necessidades da sociedade.

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