China vai suspender medidas favoráveis à entrada de 134 produtos de Taiwan

por Lusa

O Conselho de Estado, o executivo da China, anunciou que as medidas favoráveis para 134 produtos taiwaneses que gozam de tratamento preferencial vão ser suspensas a partir de 15 de junho.

A decisão surge em resposta à "discriminação e limitações" que Taiwan impôs às exportações de produtos chineses, de acordo com o Ministério das Finanças da China, que defende que estas violam os termos do Acordo-Quadro de Cooperação Económica de 2010 entre as duas partes.

A Comissão de Tarifas Aduaneiras do Conselho de Estado já tinha procedido à suspensão, em 21 de dezembro, de algumas vantagens para a entrada de produtos de Taiwan devido ao que considerou ser uma "falta de ação" da ilha para eliminar as restrições comerciais aos produtos chineses.

Taiwan "não implementou medidas eficazes para retificar a situação", segundo o ministério, que decidiu, em retaliação, alargar a suspensão das medidas favoráveis a uma série de produtos, como os óleos lubrificantes.

O ministério afirmou que as ações de Taiwan "não só prejudicam os interesses comerciais entre os dois lados do estreito", como também "afetam o bem-estar dos cidadãos".

O Partido Democrático Progressista (DPP, na sigla em inglês), no poder em Taiwan, "não só evitou tomar medidas" em relação à situação, como também "incitou ao confronto", afirmou o ministério.

A responsabilidade por esta situação "recai inteiramente" sobre o DPP, acrescentou.

A disputa comercial surge num momento de tensão crescente entre a China e Taiwan, após a tomada de posse, a 20 de maio, do Presidente da ilha, William Lai Ching-te, que reiterou o compromisso com a soberania de Taiwan no primeiro discurso como líder.

A China respondeu com exercícios militares em torno de Taiwan, que descreveu como uma "punição firme" às forças "pró-independência" da ilha.

Taiwan é governada de forma autónoma desde 1949, embora a China reivindique a soberania sobre a ilha, que considera uma província rebelde.

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