O chefe da diplomacia chinesa defendeu num encontro com um representante da presidência brasileira que as economias dos dois países são "altamente complementares, com estratégias de desenvolvimento alinhadas", avançou um comunicado divulgado hoje por Pequim.
Num encontro realizado na quinta-feira na capital chinesa com uma delegação de alto nível do Brasil, chefiada pelo chefe de gabinete da presidência brasileira, Rui Costa, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, sublinhou a importância da cooperação estratégica abrangente entre os dois países.
Segundo o diplomata, a colaboração serve os interesses fundamentais dos dois povos e exemplifica a solidariedade entre os países do Sul Global, um termo que designa os países em desenvolvimento.
As duas nações mantêm relações estreitas impulsionadas pelo grupo BRICS - fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - que desde 2009 defende uma maior representação dos países emergentes e em desenvolvimento nas organizações internacionais.
Desde 2009, a China é também o principal parceiro comercial do Brasil, com o comércio bilateral a passar de nove mil milhões de dólares (8,3 mil milhões de euros), em 2004, para 157,5 mil milhões (144 mil milhões de euros), em 2023. O Brasil desempenha, em particular, um papel importante na segurança alimentar da China, compondo mais de 20% das importações agrícolas e pecuárias do país asiático.
Wang reafirmou ainda a confiança da China no desenvolvimento do Brasil e a disponibilidade para aproveitar o 50.º aniversário das relações diplomáticas para reforçar a parceria estratégica e construir uma "comunidade com um futuro partilhado".
Rui Costa manifestou o interesse do Brasil em aprofundar a cooperação prática com a China em áreas como "economia, comércio, finanças e inovação tecnológica".
Costa sublinhou que o Brasil procura obter "resultados tangíveis" nestes domínios e elevar a parceria estratégica abrangente entre os dois países a um novo patamar, contribuindo para a "estabilidade e justiça global".