O presidente do Chega, André Ventura, considerou hoje que a detenção do empresário Joe Berardo mostra que "ninguém é intocável" e disse esperar que "a justiça seja célere" e que este processo "não se arraste".
"A sua detenção hoje reforça a ideia de que ninguém é intocável em Portugal e de que não há nem pode haver impunidade nesta matéria", disse André Ventura num comentário à detenção do empresário madeirense.
Através de um vídeo divulgado aos jornalistas, o deputado único do Chega espera "que a justiça seja célere, ao contrário de outros processos, que os portugueses possam rapidamente ter conhecimento do que se passou, do nível de fraude, do volume das fraudes envolvidas, para que a justiça seja efetivamente feita".
"É isso que não podemos perder de vista. Também nestes crimes, na grande criminalidade económica, a justiça tem que ser feita, tem que ser célere e tem que ser eficaz", defendeu.
André Ventura espera também "que este processo não se arraste" e que seja possível "em tempo útil ver culpados ou inocentes, mas sobretudo que seja feita justiça".
E indicou que é "mais um passo" no sentido "da limpeza que Portugal precisa de fazer e de assegurar que este tipo de crimes são efetivamente punidos".
O líder do Chega falou também num "dia triste para o mundo empresarial" e apontou que podem estar em causa "crimes extremamente graves".
"É de recordar que Joe Berardo já foi distinguido várias vezes, por múltiplas instituições, quanto ao seu percurso e por isso este é um dia que nos deve assinalar alguma preocupação mas também, e sobretudo, assegurar e sublinhar que a impunidade nunca pode prevalecer", salientou ainda.
O empresário Joe Berardo e o seu advogado André Luís Gomes foram hoje detidos no âmbito de uma operação que visou "um grupo económico" que terá lesado vários bancos, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta manhã que fez buscas em Lisboa, Funchal e Sesimbra numa operação que visa "um grupo económico" que terá lesado vários bancos, por suspeita de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento.
A PJ indica em comunicado que se trata de um grupo "que entre 2006 e 2009 contratou quatro operações de financiamentos com a Caixa Geral de Depósitos, no valor de cerca de 439 milhões de euros" e que terá causado "um prejuízo de quase mil milhões de euros" à Caixa, ao Novo Banco e ao BCP.