Chega anuncia voto contra o Orçamento do Estado para 2025

por Inês Geraldo - RTP
Lusa

Em conferência de imprensa marcada pelo Chega, André Ventura anunciou esta terça-feira que o partido vai votar contra o Orçamento do Estado para 2025 na generalidade. A decisão surge depois de nos últimos dias, o líder do Chega e o primeiro-ministro terem trocado acusações.

Depois de revelar que, em reuniões secretas, Luís Montenegro lhe ofereceu um cargo no Governo e da negação por parte do primeiro-ministro, o líder do Chega marcou uma conferência de imprensa esta tarde para revelar o sentido de voto do partido para o Orçamento do Estado.

André Ventura acusou Luís Montenegro de "traição à direita" e de o documento ser "um logro e um engano fiscal que o Governo quer levar a cabo" que nunca seria possível numa negociação com o Chega.
O deputado acusou que o documento do Orçamento do Estado é perverso para o contribuinte num país onde os serviços públicos não funcionam."O Governo quer dar em IRS o que vai buscar às bombas de gasolina aos contribuintes. Os números estão estudados e estão feitos. É o Governo que o prevê no próprio Orçamento do Estado".

Ventura disse que os portugueses vão sentir no IRS um "artifício de conforto" para depois sentir o desconforto nos locais do dia-a-dia, acrescentando que é um orçamento que "dá com uma mão e tira com a outra. Ou melhor, dar com uma mão e tirar com duas".

O líder do Chega questionou como é que o Governo pode apresentar este documento, quando defendia em 2023 que era necessário diminuir os impostos: "Ele [o orçamento] é uma fraude", continuou André Ventura, afirmando que a direita governa como a esquerda em matéria de orçamento.

E disse ainda que é um Orçamento que é um peso para os que trabalham todos os dias e que o Governo inverteu caminho para negociar com o PS. Por isso, anunciou que o Chega vai votar contra o Orçamento do Estado na generalidade.

Depois das trocas de acusações que levaram Luís Montenegro a dizer que o Governo não se distrai com "questões menores", André Ventura desafiou o primeiro-ministro a agir judicialmente contra a sua pessoa.
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