A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai reforçar a sua participação no BCI - Fomento de Moçambique, de 42 para 51 por cento, e passar a trabalhar com um novo parceiro local, disse à agência Lusa fonte oficial da instituição financeira portuguesa.
Este reforço da participação resulta de uma reestruturação da estrutura accionista do segundo maior banco moçambicano, de onde sairá a holding Grupo Moçambicano SCI, que será substituída pelo Grupo INFITEC.
O SCI vai vender a participação de 28 por cento que detém no banco, ficando 18,5 por cento para o INFITEC, 9 por cento para a CGD e 0,5 por cento para acções próprias e pequenos accionistas.
O também português BPI mantém-se na estrutura do banco como segundo maior accionista, com uma participação de 30 por cento.
Estas alterações na estrutura accionista estão ainda dependentes da aprovação pelas autoridades moçambicanas.
O novo accionista local, a INFITEC, ficará com o direito de nomear o presidente do conselho de administração do BCI, que era, actualmente, nomeado pelo SCI.
O vice-presidente do conselho de administração, que será também presidente da comissão executiva do banco, será indicado pela CGD, tendo sido avançado para este cargo o nome de Ibraimo Ibraimo, que esta semana anunciou a sua saída da membro da direcção local da consultora internacional Ernest & Young.
O BPI nomeará um administrador, que será Duarte Fonseca.
O BCI - Fomento nasceu em finais de 2003, resultado da incorporação do Banco Fomento (Grupo BPI) no BCI (Grupo CGD), tornando-se no segundo maior banco comercial moçambicano, com uma quota de mercado que, actualmente, supera os 30 por cento.
Depois da fusão, a estrutura accionista passou a ser liderada pela CGD, com 42 por cento das acções, seguindo-se o BPI com 30 por cento e o moçambicano SCI, criado pelo ex-ministro das Finanças Magid Osman, com 28 por cento.
O banco estatal português ficou com o direito de preferência no caso de os restantes accionistas decidirem vender as suas participações, tendo exercido esse direito agora, num processo que foi acompanhado, segundo apurou a Lusa, pelo ex-ministro e ex-comissário europeu António Vitorino.