Centeno fora da ronda de votação de sexta mas pode continuar na corrida ao FMI

por RTP
A disponibilidade de Centeno para fazer parte de uma solução - de consenso - poderá cair para o lado do governante português num cenário em que os números requeridos não sejam atingidos Piroschka Van De Wouw - Reuters

O ministro português das Finanças confirmou esta quinta-feira que não está na ronda de votação desta sexta-feira ao cargo de diretor-geral do Fundo Monetário Internacional. A decisão não significa, contudo, que tenha descartado a possibilidade de chegar à liderança. A votação já está a decorrer.

"Devemos procurar consensos. Quero contribuir para isso, pelo que decidi não participar nesta fase do processo - a votação de amanhã", escreveu Mário Centeno na rede social Twitter.


O candidato da União Europeia ao FMI será votado esta sexta-feira logo às 7h00 e, até há pouco, Centeno era um dos cinco candidatos.

Todavia, na rede social Twitter, o ministro das Finanças anunciou que não fará parte desta ronda, mas que está disponível para trabalhar numa solução que seja aceitável para todos.

A escolha do sucessor de Christine Lagarde implica maioria qualificada reforçada, o que pode levar a várias votações.

O vencedor terá de reunir o consenso de pelo menos 21 Estados-membros, que representem à volta de 65 por cento da população da União Europeia.
Fecha-se a porta, abre-se uma janela

A disponibilidade de Centeno para fazer parte de uma solução - de consenso - poderá cair para o lado do governante português num cenário em que os números requeridos não sejam atingidos.

Existe, de facto, essa possibilidade de nenhum dos candidatos conseguir os números exigidos e tornar-se necessário encontrar um nome que reúna o consenso mais do que essa maioria qualificada requerida. É neste cenário que podemos encontrar sentido para a disponibilidade manifestada por Mário Centeno.

Os nomes que se interpõem entre Centeno e a liderança do FMI serão de momento Jeroen Dijsselbloem, antigo ministro das Finanças da Holanda e antecessor de Centeno como presidente do Eurogrupo, Kristalina Georgieva, diretora do Banco Mundial, e Olli Rehn, governador do Banco da Finlândia, antigo comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros por altura dos resgates da troika.

Fora da corrida à liderança do FMI são dados Centeno, com a reserva de vir a apanhar o comboio numa fase posterior, e Nadia Calviño, ministra espanhola da Economia.
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