CCP está disponível para rever em alta aumentos salariais de 4,8%

por Antena 1

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal está disponível para rever em alta os aumentos salariais de 4,8 por cento e o valor do salário mínimo previsto no acordo de rendimentos se o governo aliviar a carga fiscal das empresas.

Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, João Vieira Lopes, presidente da CCP (Confederação do Comércio e Serviços de Portugal e porta-voz do Conselho Nacional das Confederações Patronais), adiantou que as associações da CCP estão disponíveis para rever os referenciais de crescimento dos salários, levando assim ao seu aumento.

Essa disponibilidade, contudo, depende da abertura do governo para analisar as propostas apresentadas pelas confederações em sede de concertação e para aliviar a pressão fiscal. Se o Governo não baixar a pressão fiscal sobre as empresas não há margem para fazer modificações, diz.

João Vieira Lopes adianta que, neste momento, o que está em cima da mesa são as alterações a introduzir na proposta de Orçamento do Estado para 2024, que poderão levar a uma revisão posterior do acordo assinado à pressa, no ano passado, na véspera da apresentação da proposta no Parlamento. Diz o presidente da CCP que não conhece o Pacto Social apresentado pela CIP e que não se pronuncia sobre a possibilidade de um 15º mês. João Vieira Lopes revela ainda que até ao momento o governo não apresentou nenhuma proposta concreta.

Ainda assim, João Vieira Lopes assinala que, ao contrário do que tem acontecido no passado, o governo mostrou abertura para negociar, nomeadamente as tributações autónomas e a questão do IVA na construção.

João Vieira Lopes revela também que a CCP não negociou com a UGT nenhuma proposta, mas acredita que poderá existir uma concertação de posições tal como aconteceu o ano passado. O presidente da CCP salienta, isso sim, o facto de pela primeira vez as confederações terem apresentado as suas propostas para o Orçamento do Estado em concertação e não diretamente ao Governo, decisão que, acredita, teve implicações na abertura demonstrada pelo governo para negociar.
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