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Pós-legislativas. Presidente da República completa primeira ronda de audiências com partidos

Cavaco Silva sublinha papel da Siemens e da Volkswagen em Portugal

por © 2009 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Berlim, xx Fev (Lusa) - Na sua primeira visita de Estado à Alemanha, o Presidente da República visitará as sedes da Siemens e a Volkswagen, sublinhando, em tempos de crise, a importância dos dois gigantes industriais para a economia portuguesa.

Preenchidas as agendas políticas e culturais, terça e quarta-feira, em Berlim, Cavaco Silva rumará a Munique, visitando a sede da Siemens.

O maior consórcio alemão, com negócios nas áreas da indústria, transportes, energia e tecnologia médica, por exemplo, tem cerca de 400 mil trabalhadores em 190 países, e existe há 160 anos.

O seu volume de vendas atingiu 77,3 mil milhões de Euros em 2008, a nível mundial, e os lucros cifraram-se em 5,9 mil milhões de euros.

Em Portugal, a Siemens abriu os primeiros escritórios em Lisboa e no Porto há 103 anos, tem actualmente 1.320 trabalhadores e um volume de negócios que atingiu 515 milhões de euros no ano fiscal de 2008.

Grandes projectos nacionais, como o "Metro" Sul do Tejo e o "Metro" do Porto ou, mais recentemente, o conceito tecnológico para o Hospital da Luz, têm a assinatura da Siemens.

Apesar de ser uma das empresas menos afectadas pela crise económica, a Siemens já anunciou na Alemanha que terá de colocar quase 10 mil trabalhadores em regime de trabalho parcial, sobretudo na sua subsidiária OSRAM, que fabrica artigos eléctricos.

Simultaneamente a administração firmou um acordo com a comissão de trabalhadores dos 131 mil funcionários na Alemanha que lhes garante 85 por cento dos salários líquidos até 2011, mesmo em "lay-off" prolongado.

O presidente executivo, Peter Loescher, anunciou na última Assembleia-geral de accionistas, em Janeiro, que a Siemens irá reduzir contratos de consultadoria externa e optimizar acordos com os seus 370 mil fornecedores.

Loescher assumiu a chefia da Siemens na sequência de um escândalo de alegados pagamentos de "luvas" para obter avultadas encomendas industriais, que levou ao afastamento da administração anterior.

Um dos gestores que saiu em desgraça foi o lendário patrão da Siemens, Heinrich von Pierer, ex-conselheiro do chanceler social-democrta Gerhard Schroeder, e posteriormente da chanceler democrata-cristão Ângela Merkel, agora com processos a correrem na justiça.

A segunda grande "etapa" industrial do Presidente da República será a sede da Volkswagen, em Wolfsburgo, com visita à fábrica-mãe na sexta-feira de manhã.

Há menos tempo em Portugal, com a fábrica da Autoeuropa, inaugurada em 1995, o maior fabricante de automóveis da Europa adquiriu uma importância crucial para a economia, e é actualmente o segundo maior exportador nacional, a seguir à Petrogal.

A fábrica de Palmela, que produz os multi-usos Sharan e Alhambra (SEAT) o convertível EOS, o desportivo Scirocco, espera receber em breve um novo modelo da VW, para poder esgotar a sua capacidade de produção de 180 mil veículos por ano.

A Autoeuropa emprega directamente 2.990 trabalhadores e, indirectamente, cerca de seis mil, no parque industrial que a rodeia e na região.

A nível mundial, a Volkswagen, cujo grupo inclui também a Audi, Bentley, Bugatti, Lamborghini, SEAT, Skoda, Scania e Volkswagen Comerciais, tem cerca de 360 mil trabalhadores, 48 fábricas em 13 países europeus e mais seis noutros continentes.

A empresa criada em 1937, em pleno nazismo, para construir "o carro do povo", tradução à letra do nome "Volkswagen", um projecto de Hitler que a guerra interrompeu, fabrica hoje diariamente à escala global 25.400 veículos, que são vendidos em 150 países.

Em 2008, vendeu 6,2 milhões de veículos, o que corresponde a uma quota de mercado de cerca de 10 por cento nos carros de passageiros.

Um em cada cinco carros novos transaccionados no mundo é Volkswagen, que teve um volume de vendas de 108,9 mil milhões de Euros em 2007, e lucros de 4,12 mil milhões de Euros, após impostos.

Na Alemanha, onde emprega 92 mil trabalhadores, a Volkswagen sofreu também uma quebra de vendas, devido à crise económica.

Esta semana, dois terços dos operários da Volkswagen estiveram em regime de "lay-off" durante cinco dias.

Na quinta-feira a empresa anunciou ter vendido 120 mil veículos no país de origem, em Fevereiro, o maior número de vendas de sempre num só mês. Recuperação apenas possível graças ao prémio de 2.500 Euros instituído pelo governo para abate de carros com mais de nove anos, na compra de novos veículos.

FA


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