Câmara de Representantes dos EUA passa lei que financia Governo por mais 45 dias

por Lusa
Líder da minoria no Senado dos EUA, Mitch McConnell Michael Reynolds - Lusa/EPA

A Câmara de Representantes dos EUA adotou hoje uma medida de financiamento de emergência, numa votação que evitou à última hora a paralisação do Governo por mais 45 dias.

A proposta apresentada pelo líder da maioria Republicana na Câmara, Kevin McCarthy, passou com 335 votos a favor e 91 votos contra, devendo agora ser facilmente aprovada no Senado, onde os Democratas, que apoiam o Governo do Presidente Joe Biden, têm uma maioria.

Com esta iniciativa, o Governo conta com a partir de domingo com financiamento para mais 45 dias, prazo a partir do qual será necessário voltar a discutir o problema dos limites do défice e da capacidade de a Casa Branca continuar a garantir os seus projetos de investimento.

A proposta teve um apoio forte de ambos os partidos (contando com votos de 209 Democratas e de 126 Republicanos), sendo considerada uma "resolução de continuidade" que inclui ajuda para zonas afetadas por catástrofes naturais, mas rejeita financiamento adicional para ajudar a Ucrânia a resistir à invasão russa.

Para passar, a iniciativa precisou do apoio de dois terços da Câmara, já que tramitou com caráter de urgência, através de um mecanismo conhecido como "suspensão do regulamento".

McCarthy anunciou a proposta após uma reunião de quase duas horas à porta fechada.

"Vamos votar um `remendo` de financiamento para que o Estado continue a funcionar por mais 45 dias e para que Câmara e Senado possam fazer o seu trabalho", explicou o líder da maioria Republicana, minutos antes da sua votação na Câmara.

O plano também inclui financiamento para "os desastres na Florida, o horrível incêndio no Havai e também os desastres na Califórnia e em Vermont".

"Vamos manter o Estado a funcionar enquanto continuamos a trabalhar para acabar com o desperdício e, o mais importante, para garantir a segurança da nossa fronteira", argumentou McCarthy.

Apesar do seu sucesso, a proposta apresentada por McCarthy expõe o líder da Câmara a ameaças dos conservadores mais radicais, como Matt Gaetz, que exigiu que aquele não apresentasse uma "resolução de continuidade" à votação.

"Se eles querem expulsar-me porque quero ser o adulto na sala, que vão em frente e tentem. Mas acho que o importante é o país e estarei com o nosso Exército, estarei com os nossos agentes de fronteira e irei estar com quem precisa de receber medicação", prometeu McCarthy, referindo-se a vários serviços e setores que seriam afetados pela eventual paralisação do Governo, que começaria já no domingo, se não houvesse um entendimento entre os dois partidos.

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